Negócios

5 tecnologias inventivas para o agronegócio

Uma feira da Embrapa reúne 200 projetos em Brasília

Tomatec: uma das 200 tecnologias que otimizam o trabalho do setor agropecuário (.)

Tomatec: uma das 200 tecnologias que otimizam o trabalho do setor agropecuário (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Brasília - A sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ganhou ares de parque de exposições. Isso porque desde o último sábado (24) o local abriga a 7ª Exposição Ciência Para a Vida. Este ano, a feira trouxe inovações podem ajudar a melhorar o agronegócio, principalmente o pequeno produtor.

São cerca de 200 tecnologias apresentadas que vão de extração de feromônio do percevejo para ajudar no combate da praga nas plantações de soja, a um motor multicombustível - e multifuncional - inventado em 1816, que serve para bombear água, formar um sistema de ventilação ou até mesmo gerar energia elétrica, tudo isso sem emitir gás carbônico. 

Confira 5 projetos interessantes da exposição:

Tomate ecologicamente cultivado

Maior produtividade das lavouras e melhores condições ambientais e qualidade de vida para quem produz e consome tomates. Esse é o objetivo do sistema de produção Tomatec. Com planejamento do uso do solo e sacos de papel envolvendo os tomates, o fruto produzido a partir da técnica Tomatc absorve menos agrotóxicos e se torna um produto de maior qualidade.

Vantagem: Os tomates produzidos com a técnica de ensacamento, além de absorver menos agrotóxicos, têm maior produtividade. Segundo os pesquisadores que implementaram a técnica, em uma lavoura tradicional, a perda é de cerca de 20% do lote do fruto, já com a Tomatec, não se perde nem 1% do tomate produzido.

Mercado: A Tomatec já é uma técnica utilizada em algumas plantações no Rio de Janeiro. De acordo com pesquisadores da Embrapa, o mercado já respondeu positivamente aos tomates produzidos por serem frutos de maior qualidade sem o custo elevado dos produtos cultivados sem agrotóxico.


Produção rápida de cana-de-açúcar in vitro

Com foco no criador de gado de leite, a produção de mudas cana-de-açúcar in vitro pretende fazer chegar ao pequeno produtor novas variedades da planta, que geralmente são restritas a empresas que as produzem e só repassam em quantidades maiores para grandes canaviais. Segundo o pesquisador Mauricio Kapp,  a cana é um alimento altamente energético para o gado e que o criador deste tipo de animal pode pagar caro pelas mudas da planta.

Vantagem: A produção in vitro é muito mais rápida e eficiente do que a produção tradicional de mudas de cana. Os pequenos criadores de gado poderão obter melhoramento na alimentação dos animais, sem precisar pagar caro por isso. O intuito da Embrapa é passar mudas na quantidade que os produtores precisam, com velocidade e sem comprometer a qualidade do produto.

Mercado: A produção de cana in vitro está a caminho de criar um modelo de negócio. Segundo Kapp, a Embrapa já solicitou à Universidade Federal de Juiz de Fora a formatação do modelo. A técnica também está buscando empreendedores que se interessem em operar a tecnologia e ainda este semestre deve incubar empresa escolhida em um programa da Embrapa e patentear a técnica.


Uso de feromônios do percevejo para controlar a praga

Usar gaiolas com substâncias químicas naturais que atraiam percevejos na lavoura de soja e assim poder calcular o nível de infestação da praga. Uma forma prática de dar a dose certa de remédio contra a pior praga que atinge a produção do grão, explica o pesquisador Francisco Scmidt. A soja que passou pela sugada do inseto é desvalorizada no mercado e o método deve ajudar a produzir uma soja com mais qualidade - e mais rentável.

Vantagem: Segundo Schmidt, a técnica permite que se faça uma conta para saber dosar os pesticidas na lavoura de soja. "É só colocar a armadilha de 200m em 200m, em volta da plantação. A cada 2 insetos que caem na armadilha é sinal que há 4 percevejos adultos por m2", ensina. Para o pesquisador, muitos agricultores ainda dosam o remédio "pelo olho" e a conta exata ajuda a melhorar a qualidade da soja.

Mercado: Ainda em busca de parceiros e empresas que queiram investir em repassar a tecnologia, Francisco Schmidt já vê potencial na técnica. "É um negócio bom para os produtores, é importante saber terminar com a peste da forma correta. O percevejo suga o óleo da soja. Sem a praga, a grão vai ter mais óleo e ficar mais valioso", garante.


Motor multicombustível para uso agrícola

A Embrapa está tentando recuperar o uso de um motor criado em 1816, o chamado motor Stirling. Além de funcionar com os mais diversos combustíveis: carvão, biodísel, álcool, gás natural, gravetos e até resíduos da cultura do próprio agricultor. No futuro, espera-se que ele funcione até a base de energia solar.

Vantagem: Além de funcionar a partir da queima de quase todo combustível, o motor Stirling é ecológico, ele não emite gás carbônico durante seu funcionamento. Além disso ele funciona como bomba de água - levando a água para a casa do agricultor, ou para  implementar um sistema de irrigação. Pode produzir energia elétrica para suprir uma casa. Para completar, o sistema não precisa sequer de lubrificação e sua manutenção é quase nula.

Mercado: O motor é antigo e a Embrapa tem tentado recuperar a tecnologia do século 19 com uma cara sustentável de século 21. Ainda na fase de produção de protótipo, os pesquisadores acreditam que em breve ele despertará o interesses dos produtores agrícolas.


Plástico reforçado com fibra de coco

No nordeste, o alto consumo de água-de-coco faz a casca do fruto gerar um grande volume de lixo, já que não pode ser compactada. A partir do problema, a Embrapa aproveita e recicla  o coco verde. Ao aplicar suas fibras na produção de plástico, o produto fica mais resistente, sustentável e mais em conta.

Vantagem: Segundo o analista de negócios Genésio Vasconselos, além de abaixar o preço do plástico, já que é mais barato que os produtos fósseis, a fibra de coco reduz significativamente o tempo de degradação do produto. "Ainda não podemos precisar a diferença de tempo entre a degradação do plástico puro e o com fibra, mas com certeza, quanto mais fibra, mais biodegradável", afirma.

Mercado: O plástico com fibra de coco ainda não está disponível no mercado. Segundo Vasconcelos, a tecnologia está terminando seu período de laboratório e já se começa a buscar empresas parceiras que possam implementar a técnica


Acompanhe tudo sobre:TrigoSustentabilidadeAgronegócioAgropecuáriaEmbrapa

Mais de Negócios

38 franquias baratas a partir de R$ 4.990 para trabalhar em cidades pequenas (e no interior)

Quais são os maiores supermercados do Rio Grande do Sul? Veja ranking

Brasileiro mais rico trabalhou apenas um ano para acumular fortuna de R$ 220 bilhões

Quais são os maiores supermercados do Nordeste? Veja quanto eles faturam