Robô lê livro: queria entender as conversas sobre inteligência artificial que estão rolando por lá, e confesso que tinha medo de ter perdido alguma atualização importante (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 6 de maio de 2025 às 09h38.
Por Guta Tolmasquim*
Eu estava ansiosa para voltar ao Vale do Silício um ano depois da última ida ao Brazil at Silicon Valley, um evento idealizado por estudantes de Berkeley e Stanford que reúne empreendedores brasileiros para dois dias de painéis e networking. Queria entender as conversas sobre inteligência artificial que estão rolando por lá, e confesso que tinha medo de ter perdido alguma atualização importante.
Inteligência artificial foi o tema da edição de 2024. Não tinha como ser outro, visto que todo mundo tentava entender o impacto da IA nos negócios. Estávamos refletindo sobre como a mudança iria transformar as empresas na prática, o que iria mudar na forma de investir e empreender. A sensação que ficou é de que estávamos todos construindo e reconstruindo nossas teses.
Um ano depois, essa tecnologia continua mudando mais rápido do que qualquer coisa antes vista. Fica a dúvida: como construir uma empresa sólida quando tudo à nossa volta parece estar girando rápido demais?
A IA será capaz de sentir emoções? Este professor de Stanford parece ter a resposta
Na véspera da conferência principal fui para a universidade de Stanford, na Califórnia, para o AI Founder Trek, um evento paralelo organizado pela Alexia Ventures, um fundo de investimento de capital de risco que investe em B2B Software e IA na América Latina.
Na sala, por volta de 40 fundadores de startups de software e IA e alguns investidores. A maioria brasileiros. No centro da roda: Jason Green, fundador e general partner da Emergence Capital; Avanish Sahai, especialista em plataformas e ecossistemas, ex-ServiceNow e ex-Board Member da Hubspot, atualmente no Board da BSV, e Rahul Roy-Chowdhury, ex-CEO do Grammarly. Nós fazíamos perguntas para eles.
Ironicamente, minha conclusão me centrou em meio ao frenesi. Em uma época em que a tecnologia evolui bizarramente rápido, os fundamentos se mantêm os mesmos. A sensação que fiquei é que finalmente estamos vendo além do hype da IA. E quando a neblina passa, o importante segue sendo o que é importante.
IA é o novo pano de fundo. O paradigma mudou, mas o jogo é o mesmo. Problema certo, métrica certa, execução disciplinada.
Deixo com vocês 7 percepções que anotei sobre como manter clareza enquanto o mercado está empolgado e correndo atrás de novidades:
*Guta Tolmasquim é fundadora e CEO da Purple Metrics, software de atribuição de marketing que coloca branding na conta.