Felipe Basso, diretor executivo da Philips na América Latina: empresa registrou receita de US$ 4,1 bilhões no 1° trimestre do ano
Repórter
Publicado em 9 de maio de 2025 às 07h00.
Última atualização em 9 de maio de 2025 às 10h43.
Lembrar da Philips é pensar nas lâmpadas econômicas, no rádio de manhã ou até na TV que acompanhou gerações de brasileiros. Produtos simples, mas que estavam presentes em praticamente todas as casas. Por anos, a Philips foi sinônimo de tecnologia no cotidiano. Hoje, a história da empresa no Brasil e na América Latina segue um novo rumo, mais alinhado com o futuro da medicina, com uma estratégia voltada para a saúde digital e inteligência artificial.
A chegada de Felipe Basso à posição de diretor executivo da Philips na América Latina marca uma nova etapa para a companhia na região. Há mais de treze anos na empresa, ocupou liderou iniciativas no Brasil, Panamá e Argentina. Mais recentemente, esteve à frente da operação de saúde no Brasil.
Agora, ele assume o cargo de CEO e aceita o desafio de expandir os negócios da Philips por toda a América Latina. A missão é fortalecer a digitalização, utilizando tecnologias como IA, big data e sistemas integrados para otimizar o atendimento e promover uma gestão mais eficiente dos dados clínicos. O mercado global de saúde digital é estimado em US$ 390 bilhões, de acordo com dados do GM Insights.
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"Estamos incorporando a inteligência artificial em vários lugares. Por exemplo, o médico não tem que gastar tempo com coisas burocráticas, ele pode focar mais no paciente", explica Basso. "O Brasil está na vanguarda da digitalização da saúde, sempre buscando resolver o dilema de acesso e reembolso", disse o executivo. Globalmente, a Philips compete com gigantes como Siemens, GE Healthcare, Johnson & Johnson e Totvs.
Nos últimos dez anos, a Philips fez uma reorientação estratégica significativa. A empresa decidiu se afastar de seus tradicionais produtos de consumo e focar no setor de saúde digital, refletindo uma adaptação às novas demandas do mercado.
Entre 2012 e 2021, a empresa desfez-se de setores como TV, áudio e vídeo, lâmpadas automotivas e até descontinuou a produção de eletrodomésticos. O foco passou a ser a integração de inteligência artificial (IA) e big data em áreas-chave como diagnóstico por imagem, saúde respiratória e gestão hospitalar.
Entre as principais aquisições que reforçaram essa estratégia estão:
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A Philips registrou uma receita de US$ 4,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com uma queda de 2% nas vendas comparáveis em relação ao período homólogo. A empresa não divulgou nenhum dado financeiro específico ao Brasil ou América Latina, mas afirma que investe cerca de 9% de seu faturamento global em inovação, com mais de 50% desse valor direcionado para software, dados e inteligência artificial.
No Brasil, a empresa tem um polo de desenvolvimento em Blumenau, com mais de 1.000 profissionais, focados no aprimoramento do TASY, prontuário eletrônico feito para centralizar as informações de pacientes e auxiliar na gestão hospitalar.
“O TASY nasceu aqui e sua evolução tem sido crucial não só para o Brasil, mas também para outros países da América Latina”, diz Basso. O sistema centraliza todas as informações do paciente, facilitando o trabalho de médicos e enfermeiros ao longo da jornada de cuidados.
Além disso, a Philips tem investido em parcerias estratégicas, como o projeto com o Hospital Albert Einstein, no Brasil, para desenvolver um algoritmo de inteligência artificial que aprimora a detecção de desvios ósseos.
A empresa também criou um laboratório de inovação em saúde digital no Brasil, com o objetivo de capacitar 3.600 profissionais de saúde até 2026, promovendo o acesso a melhores cuidados médicos, especialmente em áreas mais remotas do Brasil. “A digitalização é a chave para resolver os maiores desafios da saúde na região, e a Philips está bem posicionada para liderar essa transformação”, diz Basso.