Negócios

A transição do Pão de Açúcar em 5 passos

A partir desta sexta-feira, o grupo francês Casino assume o controle da Wilkes, dona do GPA

Jean-Charles Naouri e Abilio DIniz: troca de comando da Wilkes, dona do GPA, acontece nesta sexta-feira (EXAME)

Jean-Charles Naouri e Abilio DIniz: troca de comando da Wilkes, dona do GPA, acontece nesta sexta-feira (EXAME)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 22 de junho de 2012 às 06h12.

São Paulo - A partir desta sexta-feira, um novo capítulo será escrito na história do Grupo Pão de Açúcar (GPA). Isso porque, o grupo Casino deve assumir definitivamente o controle da Wilkes, holding dona da varejista brasileira e Abilio Diniz, por sua vez, deixará de ser o acionista majoritário na empresa fundada por seu pai.

A mudança de comando será marcada, a princípio, pela troca do nome do presidente do conselho de administração da Wilkes. Jean–Charles Naouri, CEO da companhia francesa, vai se tornar o presidente do conselho e, de quebra, indicar oito nomes para fazer parte da mesa. A família Diniz terá o direito a escolher três conselheiros.

Não é neste momento, no entanto, que Abilio terá que decidir de que maneira vai entregar o controle ao Casino. Segundo contrato firmado pelos dois grupos, em 2006, o empresário terá, a partir de hoje, 60 dias para tomar a decisão. Veja, a seguir, os cinco passos práticos da transição do comando do GPA:

Casino assume conselho da Wilkes

Nesta sexta-feira, dando início ao processo de reorganização do controle do GPA, o Casino vai formalizar a nomeação de Naouri como presidente do conselho de administração da Wilkes. Além da escolha do novo presidente, o grupo irá também indicar 8 nomes que deverão fazer parte do conselho da holding.

A família Diniz fará a indicação de três nomes e outros quatro conselheiros serão independentes. O Conselho de Administração da Wilkes passará a ser composto por 15 pessoas.

Além da mudança do conselho, as opções de compra e venda, previstas em contrato, passarão a ser exercidas por Abilio.

Abilio pode optar por vender 2,4% de sua participação na Wilkes

Há quem pense que Abilio entregará nesta sexta-feira o controle do GPA ao Casino, mas não. O executivo terá a partir de hoje 60 dias para tomar a decisão de como passará o poder da Wilkes ao grupo francês.


Uma das possibilidades  é a venda de 2,4% do capital social com direito a voto da Wilkes. Caso Abilio faça essa escolha, o Casino passará a deter 52,4% de participação na holding.

O preço das ações, estipulado em acordo, será de 21 dólares por cada 1000 ações ordinárias do GPA.   

Abilio poderá ser obrigado a vender uma ação por R$ 1

Se Abilio não exercer a primeira opção de venda das ações, os 2,4%, o grupo francês terá o direito de comprar uma ação ordinária da Wilkes pelo valor simbólico de 1 real.

Nesse caso, o empresário brasileiro será obrigado a entregar uma ação ao grupo francês – que passará a deter 50% mais 1 ação da Wilkes e se tornará o majoritário no negócios.

Abilio, no entanto, tem até às 18 horas do dia 21 de agosto deste ano para tomar a decisão de como vai entregar o controle do GPA.

Abilio continua como presidente do conselho do GPA

Mesmo entregando o controle da Wilkes ao grupo Casino, Abilio vai continuar como presidente do conselho de administração do grupo.

Segundo o GPA, o empresário brasileiro ficará no posto enquanto apresentar bom histórico de desempenho do grupo e estiver mentalmente e fisicamente capacitado para exercer tal função.

Além disso, Abilio terá também o direito de vetar algumas decisões do Casino, como o de qualquer reestruturação societária ou mudança na presidência do GPA.

Abilio poderá entregar mais uma parte do GPA ao Casino até 2022

Daqui a exatamente dois anos, Abilio poderá efetuar a venda de mais uma parte do GPA ao Casino. O bloco corresponde a 19.375.000 de ações ordinárias do grupo.

Na ocasião, um banco internacional irá determinar o preço da ação por meio de uma fórmula já definida em contrato.

Abilio, no entanto, terá oito anos para exercer a venda, que expira em 22 de junho de 2022.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasPersonalidadesEmpresas abertasComércioSupermercadosVarejoEmpresáriosgestao-de-negociosEmpresas francesasPão de AçúcarBilionários brasileirosAbilio DinizCasinoConselhos de administração

Mais de Negócios

Floripa é um destino global de nômades digitais — e já tem até 'concierge' para gringos

Por que essa empresa brasileira vê potencial para crescer na Flórida?

Quais são as 10 maiores empresas do Rio Grande do Sul? Veja quanto elas faturam

‘Brasil pode ganhar mais relevância global com divisão da Kraft Heinz’, diz presidente