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A V4 quer sair da bolha do marketing — e acaba de dar o primeiro passo com joint venture

A Easyflow passa a integrar o ecossistema da V4 e vem com planos ambiciosos: transacionar US$ 100 milhões já no primeiro trimestre de 2026

Dener Lippert, fundador e CEO da V4 Company: parceria marca a primeira investida direta da V4 em uma empresa com tecnologia própria (Matheus Lins/ Trintadezessete/Reprodução)

Dener Lippert, fundador e CEO da V4 Company: parceria marca a primeira investida direta da V4 em uma empresa com tecnologia própria (Matheus Lins/ Trintadezessete/Reprodução)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 14 de setembro de 2025 às 13h07.

A V4 Company acaba de anunciar uma joint venture com a Easyflow, startup de tecnologia para vendas digitais, e dá seu primeiro passo rumo a operar também como plataforma de negócios — não só como assessoria de marketing digital.

Com o acordo, a Easyflow passa a integrar o ecossistema da V4, mantendo operação e liderança independentes, mas com planos ambiciosos: transacionar US$ 100 milhões já no primeiro trimestre de 2026.

A parceria marca a primeira investida direta da V4 em uma empresa com tecnologia própria.

Com mais de 7 mil clientes ativos, a V4 vai inserir a Easyflow em sua base para transformar a plataforma em um novo motor de receita. A expectativa é acelerar vendas, reduzir fricções no pagamento digital e ampliar a margem dos negócios atendidos.

"A Easyflow não é um meio de pagamento. É uma plataforma desenhada para colocar mais dinheiro no bolso de quem vende", afirma o fundador Evandro Nascimento. Publicitário de formação e com passagem pela Pagar.me, ele também participou de projetos de tecnologia para empresas como Bradesco e iFood. Seu sócio, Diego Moura, tem formação técnica em engenharia da computação e liderou consultorias de software antes de fundar a startup.

Os fundadores se conheceram em projetos conjuntos, prestando serviço a empresas do setor. Juntos, decidiram fundar a Easyflow, com uma estratégia diferente do que se vê no mercado de meios de pagamento. Em vez de começar com um MVP e evoluir conforme o uso, criaram uma plataforma "robusta desde o início", pensada para alto volume, integrações complexas e operações de grande porte.

O plano chamou a atenção da V4. A tecnologia foi adotada inicialmente pela própria companhia e por clientes estratégicos.

Segundo Dener Lippert, CEO da V4 Company, isso mostrou que fazia mais sentido trazer o produto para dentro de casa. "Já movimentamos R$ 600 milhões em serviços. Jogar isso para uma plataforma nossa nos dá mais controle, margem e eficiência", diz.

A integração também tem base em outro critério: gente. "Não é sobre o produto, é sobre as pessoas. A gente sempre começa pelos sócios certos, o que vamos construir vem depois", afirma Lippert. O formato adotado foi o de uma joint venture: a Easyflow segue com operação e liderança próprias, mas conectada integralmente ao ecossistema da V4.

Por que a Easyflow?

A proposta da Easyflow é ser uma ferramenta de conversão que começa pelo pagamento. Em vez do fluxo tradicional — cadastro, dados, depois cobrança —, a plataforma inverte a ordem: primeiro o pagamento, depois o check-in ou a confirmação.

Nos testes com eventos e produtos da própria V4, a abordagem aumentou significativamente a conversão e reduziu desistências no funil de vendas.

A tecnologia também inclui orquestração de comissionamento, venda de ingressos, cobranças digitais e automações com IA para times de marketing. Em comum, está o foco em performance.

"A fricção no pagamento digital ainda é grande. Trocamos o foco de compliance pelo foco em resultado. Primeiro a pessoa paga, depois preenche o resto. Parece simples, mas muda tudo", diz Lippert.

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