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Anglo American corta diretorias no Brasil

Estrutura não correspondia à escala de produção local, diz fonte

Minério de ferro: pressão para que a Anglo Ferrous acelere as operações no país (MARCELO PRATES)

Minério de ferro: pressão para que a Anglo Ferrous acelere as operações no país (MARCELO PRATES)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2011 às 14h26.

São Paulo - A Anglo American, uma das maiores mineradoras do mundo, decidiu reduzir o número de diretorias de sua subsidiária brasileira. Os cortes foram feitos no mês passado na estrutura da Anglo Ferrous, unidade que comanda a exploração de minério de ferro – a empresa possui também uma unidade de exploração de níquel no país.

Das dez diretorias existentes, três foram extintas: a de informações técnicas e expansão, a de licenciamentos e a de marketing e vendas. A diretoria de operações também foi enxugada, com a saída do diretor responsável pelo chamado sistema Minas-Rio, o maior projeto da Anglo American no país, localizado em Minas Gerais e ainda em fase de desenvolvimento. O diretor de operações da empresa, Carlos Gonzalez, passou a acumular a função.

A área de vendas e marketing da unidade brasileira passará ao comando da matriz e será integrada à área de vendas da mina de Kumba, localizada na África do Sul e de onde sai a maior parte da produção de minério de ferro do grupo atualmente.

O presidente da Anglo Ferrous Brasil, Stephan Weber, afirmou que a reorganização na diretoria é conseqüência da evolução do projeto, já que a maior parte das licenças ambientais foi obtida e o mapeamento das minas, com os estudos sobre o volume total de reservas, concluído. “Projetos deste porte têm fases. Já passamos pela conceitual, de estudo e de planejamento. Entramos agora na de implementação e construção. É necessário outro tipo de profissional”, disse Weber.

Fora de escala

Mas, segundo apurou EXAME com um executivo da matriz, havia a necessidade de ajustar o quadro de executivos da subsidiária brasileira ao atual nível de produção do país. “Estava fora de escala. Há uma pressão para que se comece a produzir logo em Minas-Rio, mas até lá é preciso manter uma estrutura enxuta”, diz a fonte que pediu para não ter seu nome revelado.

A Anglo American vem enfrentando problemas para tocar seu projeto de minério de ferro no país. A empresa passou a atuar no Brasil em agosto de 2008 com a aquisição, por 5,5 bilhões de dólares, de duas minas da MMX, empresa de mineração de Eike Batista, no Amapá e em Minas Gerais. Até hoje, apenas a mina do Amapá está em produção.

O cronograma para o início dos embarques do minério do sistema Minas-Rio, pelo qual a Anglo desembolsou 4,5 bilhões de dólares dos 5,5 bilhões pagos a Eike Batista, já foi revisado duas vezes. A previsão inicial era que a produção começasse ainda em 2010, mas uma série de atrasos com licenças ambientais e com a desapropriação de terras para a construção do mineroduto, que irá escoar a produção da mina ao porto de Açu no Rio de Janeiro, fez com que a Anglo American adiasse os planos. A estimativa da empresa é que os embarques comecem apenas em 2013.

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