André Crotti, 18, ex-jogador de base e futuro aluno de Administração (Arquivo Pessoal)
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Publicado em 25 de novembro de 2025 às 16h38.
Última atualização em 25 de novembro de 2025 às 17h16.
No Brasil, ser jogador de futebol ainda é um projeto de muitos adolescentes. André Crotti, de 18 anos, seguia essa rota: jogava no Primeiro de Maio, um clube de Santo André, e sonhava com a chance de jogar no Santos. Mas um rompimento de ligamento e menisco interrompeu o percurso.
A lesão abriu outra porta. Operado, ainda em recuperação, organizou documentos para um intercâmbio e embarcou para a Geórgia, nos Estados Unidos. Morou numa cidade de 10 mil habitantes, jogou pela escola local e descobriu, com certa precisão, que seu interesse não estava apenas no campo, mas também nos negócios.
A mudança de rumo não surgiu apenas da viagem. Quando voltou ao Brasil, percebeu que parte desse interesse estava presente muito antes. Afinal, seu pai sempre foi um empresário nato, que montou a própria empresa na lavanderia de casa.
Não havia escritório, apenas computadores, notebooks e tablets espalhados entre os móveis. A correria diária o acompanhava. André aprendeu observando essa desordem funcional. E entendeu o esforço como matéria-prima do empreendimento.
“O foco e a resiliência do meu pai foram mais fortes do que qualquer tipo de medo”, diz André.
Hoje, a empresa do pai ultrapassa 50 funcionários. O contraste entre o início improvisado e o escritório atual ajudou o jovem a formar o próprio conceito sobre o que vale perseguir. Não como idealização, mas como rotina concreta.
Vidalia, a cidade no interior da Georgia onde viveu por seis meses, é pequena o suficiente para que a passagem de um carro à noite chame atenção. André morava numa rua sem saída, afastada do centro. O silêncio fez parte da adaptação.
Foi nesse ambiente que retomou o futebol, quase por acaso, ao participar da seletiva do time da escola. “Eu precisava ter minha segunda língua fluente”, conta. E o convívio com muitos norte-americanos e poucos estrangeiros funcionou como acelerador.
A experiência, porém, operou outro movimento: deslocou o sonho de viver do esporte e ampliou o impulso de empreender. Deu forma ao que já aparecia antes da viagem.
De volta ao Brasil, André tentou transformar a curiosidade em algo concreto. A ideia mais estruturada surgiu com um amigo: criar um sistema simples para pizzarias de bairro. Eles queriam facilitar o atendimento, organizar pedidos e oferecer um painel para o cliente acompanhar o que estava acontecendo.
André cuidava do desenho das telas e de como uma etapa levava à outra; o colega fazia a parte mais pesada do código. O projeto avançou até que todo o visual estivesse pronto. O que faltou foi tempo – e um pouco de experiência.
“A gente evoluiu bastante, mas ainda precisava entender como guardar e manter os dados funcionando de forma estável”, revela.
A descoberta da graduação em Administração ocorreu sem planejamento. O pai viu uma publicação no Instagram, chamou o filho e pediu para ele abrir o site. Vieram os cliques, as buscas, os links. “A gente foi fuçando, indo atrás”, diz.
Assim encontrou o NextGen, um programa pré-faculdade da Escola de Negócios Saint Paul. A experiência serviu para ajustar as expectativas, confirmou que pretende cursar Administração em 2026 e reforçou a ideia de que quer empreender na área de tecnologia, com interesse crescente em inteligência artificial e software.
A experiência no NextGen ajudou a confirmar a escolha pela Administração (Arquivo Pessoal)
Aos 18 anos, André estuda programação, conclui o ensino médio e mantém projetos inacabados espalhados por cadernos e conversas com amigos. Nada pronto, tudo em movimento.
O que se vê é um jovem que reorganizou planos depois da lesão, somou referências dentro de casa e hoje observa a tecnologia como terreno possível para construir o próprio caminho.