CBA: referência global na oferta de alumínio de baixo carbono (CBA/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 4 de junho de 2025 às 14h30.
Última atualização em 4 de junho de 2025 às 15h49.
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) completa 70 anos em 2025 preservando a essência da estratégia adotada na sua origem e que a fez chegar até aqui: a produção integrada — da mineração da bauxita à produção do alumínio e reciclagem do metal, e o olhar de longo prazo, com a aposta agora na transição energética.
Referência global na oferta de alumínio de baixo carbono, a empresa está 3,9 vezes abaixo da média mundial em emissões na etapa de eletrólise, que produz o alumínio líquido para depois moldá-lo em produtos primários ou transformados.
Segundo o CEO, Luciano Alves, essa estrutura vertical é um diferencial competitivo e permite o controle sobre todas as etapas da cadeia. “A produção integrada oferece maior resiliência à companhia para enfrentar as flutuações e as dinâmicas do mercado”, afirma.
O modelo de negócio a que Alves se refere inclui a autossuficiência em energia, um dos principais insumos da indústria do alumínio, e na produção de bauxita e alumina, matérias-primas essenciais para a fabricação do metal. No caso da CBA, a energia utilizada é 100% renovável e rastreável, proveniente de 15 hidrelétricas próprias e seis usinas em consórcio, totalizando 1.462,7 MW de capacidade instalada.
O portfólio ainda inclui dois parques eólicos com capacidade instalada de 168,2 MW de propriedade da empresa, que integram os complexos Ventos do Piauí I e II, da Auren Energia.
“Recentemente, anunciamos acordos com a Casa dos Ventos e com a Auren para ampliação da capacidade instalada de geração própria de energia eólica, totalizando 464 MW”, ressalta Alves.
A transição energética tem um papel central no futuro da indústria do alumínio. Por um lado, pode suportar um aumento da demanda pelo metal, que é parte da solução de descarbonização de muitas outras indústrias. Por outro lado, a própria indústria do alumínio deve oferecer sua própria contribuição para a redução das emissões globais.
“O alumínio é considerado um metal estratégico e essencial para a transição energética e descarbonização, sendo o único metal reciclável infinitas vezes sem perder suas propriedades de origem, o que o torna um dos materiais mais versáteis e sustentáveis do planeta”, complementa Alves.
Para crescer e se manter competitiva, surfando as ondas dos próximos anos, a CBA atualizou em 2024 o plano de investimentos para os próximos anos, que soma R$ 2,3 bilhões destinados, dentre outras iniciativas, à modernização gradual da tecnologia das Salas Fornos, a instalação de novos equipamentos para aumentar a produção de folhas finas e extrafinas, e a ampliação da capacidade de captação e processamento de sucata, visando ampliar o volume de material reciclado na produção.
Os investimentos levam em consideração os aspectos ESG para a tomada de decisão, por exemplo, aqueles ligados à meta de redução de 40% das emissões de carbono até 2030, da mineração à fundição.
“Já reduzimos 33% desde 2019, com os investimentos realizados em reciclagem, o uso de biocombustíveis em substituição ao óleo e ao gás natural nas caldeiras da Refinaria e à modernização da tecnologia das Salas Fornos", diz Alves.
A companhia também mira a circularidade para alcançar seus objetivos de longo prazo e em sustentabilidade. Estão previstos mais R$ 310 milhões em iniciativas voltadas para a ampliação do consumo de sucata na produção, além do desenvolvimento da cadeia de reciclagem. Com início progressivo e até 2029, as iniciativas visam aumentar em 65 mil toneladas a capacidade de reciclagem da Companhia.
Nos últimos anos, a CBA já investiu R$ 243 milhões na instalação de uma linha de tratamento de sucata na Metalex — uma de suas marcas responsáveis por reciclagem —, que permitirá ampliar o volume de material reciclado na produção de tarugos de 60% para 80%, e em um forno Sidewell, que expandiu a capacidade de produção de 75 mil para 90 mil toneladas/ano.
Nos últimos dois anos a CBA também inaugurou dois Centros de Processamento e Reciclagem, sendo um em Araçariguama e outro em São José do Rio Preto (SP).
Um dos projetos mais inovadores da CBA em reciclagem é o ReAl, tecnologia que permite separar o alumínio do plástico presente nas embalagens multimateriais. Com isso, o alumínio contido na embalagem é reciclado, além de segregar a camada de polímero, que pode ser enviada para recicladores de plástico reutilizarem em seus processos. Outra vantagem que o projeto irá proporcionar é a geração de hidrogênio, gás com alta capacidade para gerar energia e que pode ser reutilizado para abastecer a própria planta produtiva, substituindo o uso de combustíveis em etapas de combustão, realizadas, por exemplo, em caldeiras e fornos calcinadores.
Ao completar 70 anos, a CBA segue fiel ao seu modelo de negócio bem-sucedido. Com uma estrutura integrada que continua sendo seu diferencial, a Companhia aposta em inovação, reciclagem e energia limpa para seguir relevante em um setor cada vez mais concorrido.
Os investimentos em tecnologia, circularidade e descarbonização mostram que, mais do que acompanhar a transição energética, a CBA quer fazer parte ativa dessa transformação — e já tem dado passos concretos nessa direção.