Felippe Astrachan, gerente nacional da Avla Brasil: o time passou de 40 para 160 colaboradores em um ano
Repórter
Publicado em 18 de março de 2025 às 07h00.
Última atualização em 18 de março de 2025 às 14h39.
Produtos complicados, cheio de letras miúdas, e empresas que demoram uma eternidade para liberar uma apólice. O mercado de seguros sempre foi visto como engessado e, por isso, o Brasil tem se transformado em um dos maiores mercados de insurtech do mundo nos últimos anos. Dados indicam que existem por volta de 206 startups brasileiras com foco em tecnologia para seguros, ante 500 pela América Latina.
A competição não impediu a chilena Avla de pousar por aqui em 2021. Como B2B Seguros, a empresa quer provar que existe um jeito mais simples e rápido de fazer seguros. E parece que está conseguindo.
“Como uma companhia latina, não há como ficar de fora do maior mercado. Mas o ponto principal é de que o mercado de seguros tem no Brasil o mesmo problema que causou a origem da Avla no Chile: produtos rígidos, inflexíveis, muito quadrados e sem customização”, afirma Felippe Astrachan, gerente nacional da Avla Brasil. O executivo foi o primeiro funcionário da empresa por aqui.
Nos últimos três anos e meio, a empresa dobrou de tamanho anualmente. Em 2024, a Avla alcançou R$ 250 milhões em receitas operacionais, 90% a mais que no ano anterior. O resultado levou o Brasil a passar a representar mais de 20% do faturamento global da insurtech.
A Avla foca em seguros para empresas – o famoso B2B. Mas, ao contrário das grandes seguradoras que focam nas grandes corporações, ela aposta em pequenas e médias empresas (PMEs), que estão sempre à margem das opções tradicionais. Oferece, então, produtos como o Seguro Garantia (para garantir que contratos sejam cumpridos), Seguro de Crédito (que ajuda a proteger contra riscos financeiros) e até seguro de engenharia para obras.
O modelo é bem focado em digitalização, ou seja, você consegue contratar o seguro sem perder dias esperando uma resposta. A promessa da Avla é que a apólice sai em até 15 minutos – e isso é um grande passo para um mercado que ainda se baseia em montanhas de papel e burocracia.
A empresa já está trabalhando em algumas inovações interessantes para 2025, como o Seguro Engenharia, que elimina a necessidade de vigias armados em obras e, portanto, diminui os custos também. Ela também está presente no setor agro com seguros específicos, o que pode abrir novas possibilidades para esse nicho. Mas, ao mesmo tempo, continua se preparando para trazer um dos seus produtos de maior sucesso para o Brasil: o Seguro de Crédito, uma proteção contra possíveis calotes e inadimplência.
Astrachan não veio do setor de seguros. Engenheiro de formação, iniciou a carreira no Banco Modal e tem experiência no setor de aquisições e fundos de investimento. Seu contato com a Avla veio por meio de um amigo chileno, que o apresentou ao CEO do grupo, Ignacio Álamos. O executivo queria alguém fora do setor de seguros para liderar a operação no Brasil, trazendo uma visão nova e sem os vícios do mercado.
“Eu vi a chance de abrir uma operação que fosse realmente diferente, com um jeito mais flexível de lidar com seguros. O mercado é bem engessado, então, a oportunidade de fazer algo novo me atraiu”, conta o executivo.
O crescimento da Avla no Brasil foi acompanhado por uma forte ampliação da equipe. De 2023 para 2024, o time passou de 40 para 160 colaboradores. Mas, segundo Astrachan, a empresa já conta com uma estrutura robusta, e as próximas contratações serão pontuais.
A grande aposta para acelerar as vendas está na nova área de assessorias regionais, que permitirá captar e capacitar parceiros para atuar como representantes da seguradora em diferentes regiões. O setor será comandado por Fábio Chamon, executivo com 16 anos de experiência no mercado segurador. A expectativa é que essa estratégia responda por 15% do crescimento da Avla em 2025.