Faria Lima, centro financeiro de São Paulo: metrópole ocupa 23ª posição entre as cidades mais inovadoras do mundo (Leando Fonseca/Exame)
Redação Exame
Publicado em 25 de maio de 2025 às 06h02.
Por Diogo Garcia, sócio-diretor da KPMG, líder da premiação Tech Innovator no Brasil e dos programas de relacionamento com startups
O mais recente Startup Ecosystem Index 2025, publicado pela StartupBlink, reforça o papel estratégico que o Brasil ocupa no ecossistema global de inovação.
Ocupando a 27ª posição entre mais de 100 países analisados, o Brasil continua sendo o líder da América Latina, com São Paulo figurando como um dos principais hubs do hemisfério sul – atualmente na 23ª posição entre as cidades mais inovadoras do mundo.Esse destaque é motivo de celebração, mas também de reflexão. Como podemos expandir essa liderança e garantir que outros polos brasileiros também floresçam como ambientes vibrantes para startups e inovação?
O Brasil tem se mostrado resiliente e criativo na construção de seu ecossistema de startups, mesmo diante de desafios econômicos e institucionais.
A permanência de cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte no ranking global comprova a relevância de centros urbanos com vocações distintas, que se consolidam como terrenos férteis para novos negócios.
Entretanto, o relatório aponta um dado importante: o país perdeu três cidades no top 1.000 global. Esse fato nos convida a pensar sobre como podemos expandir e descentralizar a inovação, especialmente em regiões com alto potencial ainda pouco explorado, como o Norte e o Nordeste.
Há uma clara oportunidade para o Brasil tornar a inovação mais capilar e inclusiva.
Cidades como Florianópolis, Recife, Campinas e Porto Alegre já demonstram que, com o apoio de universidades, centros de pesquisa, hubs de inovação e políticas públicas coordenadas, é possível criar ambientes altamente competitivos – mesmo fora dos grandes centros financeiros.Como alguém que teve a oportunidade de visitar diversos ecossistemas inovadores, no Brasil e no exterior, percebo que o diferencial competitivo das regiões mais pujantes está na conexão ativa com universidades, centros de excelência científica e programas de incentivo à pesquisa aplicada.
Mas não só isso: acesso a capital, políticas públicas consistentes, redes colaborativas, programas de aceleração qualificados e uma cultura que valoriza o risco e o empreendedorismo também fazem toda a diferença.
A iniciativa reconhece as startups mais inovadoras do Brasil e do mundo, proporcionando visibilidade internacional e acesso a redes globais de mentoria e investimento.
Há um Brasil inovador pulsando nos mais diversos setores e geografias, com iniciativas que vão da saúde à agroindústria, passando por fintechs, edtechs, energia e sustentabilidade.
Porém, para que esse potencial se converta em impacto global, é fundamental que universidades, centros de pesquisa e empresas atuem de forma coordenada, reduzindo as barreiras entre conhecimento científico e mercado. Essa ponte entre ciência e inovação é o que pode realmente acelerar o crescimento do nosso ecossistema.
O caminho trilhado até aqui mostra que o Brasil possui capacidade, talento e visão para se destacar entre os principais ecossistemas de inovação do mundo.
Os dados do StartupBlink revelam tanto os avanços quanto as áreas de atenção. Mas, acima de tudo, indicam que estamos diante de um potencial transformador a ser plenamente ativado.
Com colaboração, visão estratégica e investimentos consistentes, o Brasil pode não apenas subir posições nos rankings, mas, sobretudo, gerar inovação com impacto positivo, sustentável e acessível a todas as regiões do país.
Leia o relatório completo aqui.