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Caixa bilionário da Samsung prenuncia aquisições

Independentemente de ter ou não a BlackBerry na mira, a Samsung deve investir uma parte dos US$ 63 bilhões que possui em caixa em aquisições


	Logo da Samsung: a BlackBerry poderia “chegar a ser uma grande aquisição”, segundo especialista
 (Woohae Cho/Bloomberg)

Logo da Samsung: a BlackBerry poderia “chegar a ser uma grande aquisição”, segundo especialista (Woohae Cho/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 21h34.

Independentemente de ter ou não a BlackBerry Ltd. na mira, a Samsung Electronics Co. deverá investir em aquisições uma parte dos US$ 63 bilhões que possui em caixa.

A Samsung, que tem uma aliança com a BlackBerry, negou neste mês a informação de que a empresa fez uma proposta para comprar a fabricante de smartphones canadense por US$ 7,5 bilhões.

A aquisição daria à Samsung um software para ajudar seus produtos a se comunicarem, segundo a Current Analysis Inc.

O conglomerado sul-coreano avaliado em US$ 190 bilhões produz dezenas de produtos de consumo, com um leque que vai dos telefones e televisores até aspiradores de pó e fornos.

O que a empresa precisa é de uma tecnologia para unir todos os dispositivos por meio da internet nas casas conectadas do futuro. A Atmel Corp. e a Freescale Semiconductor Ltd., cujos chips ajudam os aparelhos a se comunicarem, são outros possíveis alvos, disse a CM Research Ltd.

“A Samsung é uma empresa de hardware presa em uma revolução de softwares”, disse Cyrus Mewawalla, diretor-gerente da CM Research, que tem sede em Londres. “Por isso, precisa realizar aquisições”.

A meta é lucrar com o que é conhecido como a Internet das Coisas, um mundo onde os itens do dia a dia, como torradeiras e máquinas de lavar roupa, telefones e impressoras são conectados pela internet e controlados por meio de aparelhos. O mercado para a Internet das Coisas poderia atingir US$ 7,1 trilhões até 2020, disse a firma de pesquisa IDC.

“Existem muitas áreas na Internet das Coisas”, desde tecnologias de sensores até componentes, disse a Samsung, em um comunicado enviado por e-mail.

“A Samsung vê a área de fusões e aquisições como uma de suas estratégias fundamentais, juntamente com o crescimento orgânico, e continuará aberta a oportunidades de parcerias e aquisições”.

Não são suficientes

Em agosto, a empresa com sede em Suwon comprou a SmartThings, uma startup que produz aplicativos móveis para eletrodomésticos controlados remotamente.

No ano anterior a Samsung havia adquirido a Novaled AG, uma fabricante de alemã de materiais para iluminar telas de aparelhos, e a MOVL, que desenvolveu um serviço que permite que os usuários compartilhem conteúdo entre dispositivos como telefones e TVs.

Esses acordos não são suficientes, disse Neil Shah, diretor de pesquisa para aparelhos e ecossistemas da Counterpoint Research.

“A Samsung tem uma visão a respeito de como será o futuro conectado, mas ainda precisa do conhecimento e das capacidades para unir todos os ativos”, disse Shah, que trabalha em Mumbai, por e-mail.

A BlackBerry poderia “chegar a ser uma grande aquisição”, disse Shah. A BlackBerry tem um software de mensagens que poderia ser ampliado para conectar uma rede de produtos Samsung e para gerenciar diferentes aparelhos de uma vez.

O software automotivo QNX da BlackBerry, que possibilita que os motoristas realizem chamadas telefônicas sem usar as mãos e apresenta navegação tridimensional e jogos 3-D para o banco traseiro, também é um atrativo, disse ele.

O co-CEO da Samsung, Shin Jong Kyun, disse neste mês que desejava desenvolver a aliança entre as duas empresas em vez de buscar uma aquisição definitiva da BlackBerry. Ambas as empresas negaram informações veiculadas pela Reuters de que a Samsung havia feito uma oferta de aquisição.

A Samsung está disposta a gastar. Neste mês, a empresa disse este mês que investirá mais de US$ 100 milhões em produtoras de tecnologias inteligentes para casas e aparelhos. A Samsung Ventures, uma firma de capital de risco, liderou uma rodada de financiamento de US$ 20 milhões para a EarlySense Ltd., de Israel, segundo informado pelas empresas em um comunicado do dia 20 de janeiro.

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