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Chocolates Pan: quais são os planos da Cacau Show para a antiga fábrica

Adquirido pela Cacau Show por 71 milhões de reais em um leilão judicial no fim de 2023, o imóvel de mais de 10.000 metros quadrados vai ser usado como cenografia do parque de diversões temático sobre chocolate que a empresa construirá em Itu

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 31 de março de 2025 às 10h07.

A falência da Chocolates Pan em 2023 encerrou uma história que começou em 1935 e marcou gerações com moedas de chocolate, cigarrinhos e o icônico "chocolápis". Mas a história da empresa e da fábrica em São Caetano do Sul (SP) está longe de chegar ao fim.

Adquirido pela Cacau Show por 71 milhões de reais em um leilão judicial no fim de 2023, o imóvel de mais de 10.000 metros quadrados vai ser usado como cenografia do parque de diversões temático sobre chocolate que a empresa construirá em Itu, num investimento de 2 bilhões de reais.

Parte das peças também foram reaproveitadas emergencialmente quando uma fábrica da Cacau Show pegou fogo no Espírito Santo.

O passado da Pan e o valor da compra

A Chocolates Pan chegou à falência com uma dívida superior a 260 milhões de reais e passivos trabalhistas acumulados desde 2017. A venda do complexo industrial, homologada em outubro de 2023, teve como objetivo pagar credores e permitir uma nova ocupação do espaço, que fica em uma área valorizada no ABC paulista.

O valor de 71 milhões de reais pago pela Cacau Show superou em 33% o lance mínimo e incluiu os equipamentos da antiga fábrica, alguns com mais de 50 anos, preservados como parte do patrimônio histórico da empresa.

Já as marcas da Pan foram vendidas à parte, em março de 2024, por 3,1 milhões de reais. A vencedora do leilão foi a Real Solar, que arrematou um pacote de 37 marcas, entre elas os chocolates mais conhecidos da antiga fabricante.

Três futuros possíveis para o espaço

A principal aposta é usar parte do antigo maquinário como objetos de cenografia para o Cacau Park, o parque temático que a empresa começa a construir em Itú.

A ideia é usar as antigas máquinas como parte das atrações, criando um ambiente lúdico com áreas interativas, espaços de contemplação do chocolate e experiências sensoriais.

De certa forma, a compra da fábrica também foi fundamental para a aquisição do terreno onde será o parque.

"Foi a partir de uma homenagem que fizemos ao antigo proprietário da fábrica que encontramos a pessoa que nos apresentou ao terreno de 7 milhões de metros quadrados onde o parque será construído", diz Alê Costa.

O desafio: transformar memória em negócio

O desafio da Cacau Show será equilibrar a nostalgia da Pan com um modelo de negócio viável. A operação de parques e experiências exige alto investimento e retorno no longo prazo — algo diferente da lógica do varejo de chocolates.

Além disso, sem as marcas da Pan, o grupo precisará decidir se aposta na memória afetiva dos produtos ou se foca apenas na ambientação do espaço. Tudo depende dos estudos de viabilidade em andamento, que vão determinar qual das três opções será mais alinhada ao novo posicionamento da empresa.

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