Repórter
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 09h00.
A Anjos do Brasil quer reduzir o vácuo entre pesquisa científica e investimento anjo com o lançamento de uma nova vertical dedicada à biotecnologia. A iniciativa busca aproximar cientistas, empreendedores e investidores em setores estratégicos como saúde, agronegócio, alimentos e sustentabilidade.
A vertical de biotecnologia surge em um momento de expansão do setor. Segundo projeção da Precedence Research, o mercado global de biotecnologia deve crescer de US$ 2,02 trilhões em 2026 para US$ 5,71 trilhões em 2034, impulsionado por avanços em biologia sintética, terapias personalizadas e bioeconomia.
No Brasil, embora a ciência aplicada ganhe espaço em frentes como saúde, agronegócio e a indústria de alimentos, a dificuldade de acesso a capital e a distância entre pesquisadores e investidores seguem como entraves.
A proposta da nova vertical é atuar justamente nessas lacunas, com programas de conexão, mentoria e oportunidades de investimento.
“Startups de base científica têm potencial real para resolver desafios estruturais da sociedade, mas ainda enfrentam muitas barreiras para se tornarem escaláveis”, diz Marina Belintani, fundadora da MABE Bio, uma das empresas já investidas pela Anjos do Brasil. A startup desenvolve novos materiais a partir de processos biotecnológicos, com foco em impacto socioambiental.
A nova vertical será liderada por Liliana Rubio, engenheira química com formação em inovação, sustentabilidade e gestão de projetos. “A biotecnologia está na base das soluções para os grandes desafios globais, da saúde ao clima”, diz Rubio. “Criar um espaço de articulação entre pesquisa e mercado é essencial para transformar ideias em negócios reais.”
Fundada em 2011, a Anjos do Brasil é uma organização sem fins lucrativos voltada ao fomento do investimento anjo no país. Com mais de 500 investidores e conselheiros associados, o grupo já facilitou mais de 230 investimentos em startups brasileiras.
Para Cassio Spina, fundador da Anjos do Brasil, a vertical representa um passo estratégico para fortalecer a participação brasileira em cadeias tecnológicas com alto valor agregado. “Queremos ampliar o suporte a startups que usam ciência como base para transformação econômica e impacto social”, afirma.