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Como ele construiu um império, dobrou a fortuna em um ano e chegou a U$ 17 bilhões com frango frito

Cada unidade da rede fatura, em média, o dobro de concorrentes diretos — e sem precisar diversificar o cardápio

Todd Graves: como transformar rejeições em um negócio bilionário (Sean Gardner | Getty Images Entretenimento | Getty Images)

Todd Graves: como transformar rejeições em um negócio bilionário (Sean Gardner | Getty Images Entretenimento | Getty Images)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 17 de abril de 2025 às 09h47.

Última atualização em 17 de abril de 2025 às 10h02.

Uma ideia rejeitada por professores, investidores e bancos virou uma das redes de fast food mais lucrativas dos Estados Unidos. Com um cardápio enxuto e uma base de fãs fanática, o Raising Cane's transformou tiras de frango em bilhões.

Todd Graves, fundador do Raising Cane's, é hoje um bilionário com fortuna estimada em 17,2 bilhões de dólares. O negócio que começou com uma única loja em Louisiana em 1996, hoje opera quase 900 unidades nos Estados Unidos e ultrapassou 5,1 bilhões de dólares em vendas em 2024.

A história volta aos holofotes agora porque Graves quase dobrou seu patrimônio em um ano. O segredo? Um cardápio limitado, presença agressiva nas redes sociais, parcerias com celebridades e uma expansão acelerada, com mais de 100 novas unidades abertas só no ano passado.

"Sou uma máquina de mídias sociais", diz Graves. “Tenho uma equipe inteira me apoiando e eu vivo isso todos os dias. Vou divulgar seu produto e ajudar você a expandi-lo com baixos custos de aquisição.”

Para os próximos anos, Graves planeja dobrar o tamanho da rede. A meta é chegar a 1.600 restaurantes, com 10 bilhões de dólares em vendas e presença internacional. “Queremos estar entre as 10 maiores marcas de restaurantes dos EUA. Vamos retribuir 100 milhões de dólares às comunidades”, afirma.

Ideia rejeitada virou negócio bilionário

A trajetória de Graves começou com uma ideia simples: vender apenas tiras de frango frito. Mas o conceito foi ridicularizado.

Um professor universitário deu a pior nota da turma. Investidores e bancos recusaram seu plano.

Sem apoio, ele decidiu levantar o capital sozinho — trabalhando 90 horas por semana em uma refinaria e pescando salmão no Alasca para economizar.

Em 1996, abriu a primeira loja com recursos próprios e um pequeno empréstimo da SBA.

Um cardápio que não muda

O que diferencia o Raising Cane's é justamente o que parecia ser sua maior fraqueza: o cardápio limitado.

Até hoje, só vende tiras de frango, batatas fritas, torrada texana, salada de repolho e um único molho. Sem sobremesa.

O modelo simplifica a operação, reduz custos e gera escala.

Cada loja fatura, em média, 6,6 milhões de dólares por ano — o dobro de concorrentes como Zaxby’s e Bojangles. A margem operacional da rede também impressiona: o EBITDA já se aproxima de 1 bilhão de dólares.

Expansão com celebridades

Graves aposta pesado em cultura pop e marketing digital.

Em 2023, permitiu que o rapper Post Malone desenhasse sua própria unidade da rede. Também participou do programa “Shark Tank” e criou sua própria série, “Restaurant Recovery”, para ajudar pequenos restaurantes na pandemia.

Ele afirma que sua base de fãs, especialmente nas redes sociais, é o ativo mais valioso da marca. “Vamos crescer com baixos custos de aquisição. É isso que faz a diferença.”

Os próximos passos

Graves mantém mais de 90% da empresa e já distribuiu pelo menos 250 milhões de dólares em dividendos desde 2020. Agora, quer ir além: tornar o Cane’s uma das 10 maiores redes de fast food dos Estados Unidos.

Para isso, mira expansão internacional, abertura de mais 700 lojas e crescimento da equipe para 150.000 pessoas.

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