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Ele transformou a insatisfação com escolas de música em um negócio de R$ 10 milhões

Rede curitibana que transforma aulas de música em experiências de banda quer expandir para 21 unidades e faturar R$ 12 milhões em 2025

Marcelo de Freitas, da Academia do Rock: "Escolas de música são uma opção lucrativa e oferecem impacto positivo na vida das pessoas" (divulgação/Divulgação)

Marcelo de Freitas, da Academia do Rock: "Escolas de música são uma opção lucrativa e oferecem impacto positivo na vida das pessoas" (divulgação/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 15h26.

Última atualização em 28 de janeiro de 2025 às 10h19.

A Academia do Rock prova que é possível superar os desafios do segmento de educação com um modelo inovador e sustentável. A ideia surgiu em 2011, quando o curitibano Marcelo de Freitas buscava uma escola de música para os filhos e se deparou com opções que considerava pouco inspiradoras. “As escolas eram muito tradicionais, focadas apenas em aulas individuais. Faltava a experiência de tocar em grupo e de vivenciar o que é estar em uma banda”, diz.

Foi então que ele decidiu criar a própria escola, com uma abordagem que unisse aprendizado técnico e prática em banda. Na Academia do Rock, os alunos participam de apresentações em palcos reais e festivais com público, o que motiva e cria um diferencial no mercado. Essa experiência, aliada à estrutura completa das unidades e ao suporte oferecido aos franqueados, transformou o projeto inicial em uma rede de franquias sólida e em expansão.

O modelo tem dado resultados. Em 2024, a rede fechou o ano com 16 unidades distribuídas em três estados e faturamento de 10 milhões de reais.

A busca por aulas de música no Brasil tem mostrado uma demanda em crescimento, impulsionada tanto pelo interesse em hobbies quanto pela valorização de habilidades artísticas como forma de expressão e bem-estar. Para Marcelo, a música vai além de uma simples atividade: ela conecta pessoas e pode ser usada como ferramenta terapêutica, além de ser uma alternativa lucrativa em um mercado de educação saturado por segmentos como idiomas e informática.

“O mercado de educação está saturado em muitos segmentos. Escolas de música são uma opção lucrativa e oferecem impacto positivo na vida das pessoas", diz Marcelo Freitas, fundador da Academia do Rock.

Como o negócio começou

A Academia do Rock nasceu de uma frustração pessoal de Marcelo de Freitas. Em 2011, ele procurava uma escola de música para os filhos, mas não encontrou nenhuma que unisse estrutura adequada, inovação e uma abordagem prática. “As escolas eram muito tradicionais, focadas apenas em aulas individuais. Faltava a experiência de tocar em grupo, de vivenciar o que é estar em uma banda”, lembra.

Decidido a criar algo diferente, ele abriu a primeira unidade em Curitiba, com foco em aulas que combinassem aprendizado técnico e prática em banda. A proposta era oferecer aos alunos uma experiência completa, desde a formação individual até apresentações em palcos reais, em um ambiente que simulava o de um estúdio profissional.

Em dois anos, a unidade inicial alcançou 400 alunos, o que levou Marcelo a expandir a estrutura da escola. Percebendo o potencial do negócio, ele investiu em consultorias e formatou o modelo de franquias. A primeira unidade franqueada foi aberta em 2016, também em Curitiba.

Com o formato validado, a expansão ganhou tração. Em 2017, a rede chegou a São Paulo, com a inauguração de uma unidade em Santo André. A partir daí, a Academia do Rock foi conquistando novos territórios, sempre com foco em grandes centros urbanos, até alcançar 16 unidades em 2024, espalhadas pelo Paraná, São Paulo e Espírito Santo.

O modelo de negócio

O modelo da Academia do Rock combina flexibilidade, prática e experiência real, diferenciando-se das escolas tradicionais de música. O aluno começa com aulas individuais, mas em pouco tempo pode integrar a uma banda para ensaios em grupo. A cada três a seis meses, ele sobe ao palco para se apresentar em festivais organizados pela escola, com direito a público e registros profissionais. “O aluno vive a música como em uma banda de verdade. Essa experiência é o que nos diferencia”, explica Marcelo de Freitas, fundador da rede.

Os pacotes são trimestrais, semestrais ou anuais, com mensalidades que começam em 580 reais em São Paulo, variando conforme a localização. O aluno tem flexibilidade para remarcar aulas em caso de imprevistos, além de opções para montar pacotes personalizados, com mais ou menos ensaios em banda, dependendo de seus objetivos.

Outro diferencial está na valorização dos professores. O modelo oferece previsibilidade de receita e liberdade criativa. "Aqui, o professor tem autonomia para conciliar as aulas na escola com projetos pessoais. Não exigimos exclusividade", diz Marcelo. Cada unidade conta com 10 a 14 professores, e o sistema permite que eles visualizem sua carga horária e disponibilidade de forma prática.

Além disso, os alunos podem usar a estrutura da escola para praticar, mesmo fora do horário de aula. Baterias, teclados e guitarras estão disponíveis para ensaios. “Não ter o instrumento em casa não é um problema. A ideia é oferecer tudo o que o aluno precisa para se desenvolver”, diz o fundador.

Esse modelo atrai um público diversificado. Desde crianças em formação até adultos em busca de hobbies ou bem-estar emocional. Também há espaço para músicos mais sérios, que enxergam a música como profissão. “Nosso objetivo é atender todos os perfis, oferecendo uma experiência completa”, diz Marcelo.

Os planos de expansão

A Academia do Rock tem a meta de abrir cinco novas unidades e alcançar 21 escolas no Brasil. A expectativa é chegar aos 12 milhões de reais de faturamento em 2025. A expansão está concentrada no estado de São Paulo, com negociações avançadas em cidades como Indaiatuba, Sorocaba, São José dos Campos e Ribeirão Preto. “Queremos consolidar nossa presença em regiões estratégicas e levar o modelo da Academia do Rock para ainda mais alunos”, diz Marcelo de Freitas, fundador da rede.

O investimento inicial para novos franqueados gira em torno de 400 mil reais, incluindo reforma do espaço, instrumentos e taxa de franquia. As unidades têm capacidade para até 250 alunos e faturamento médio mensal que varia entre 70 e 120 mil reais, dependendo do estágio de maturação do negócio. O prazo de retorno estimado é de 24 meses. “O modelo foi pensado para ser financeiramente atrativo e ao mesmo tempo oferecer uma experiência diferenciada tanto para o aluno quanto para o franqueado”, explica Marcelo.

Além da expansão física, a rede está lançando um programa de musicalização infantil para crianças de 4 a 9 anos. O projeto envolve toda a família, com atividades para pais e filhos e materiais especialmente desenvolvidos para integração em casa. “A ideia é criar uma conexão mais profunda entre o aluno e a música, com a participação ativa da família no processo de aprendizado. Isso é algo que nenhum outro modelo de escola oferece hoje”, afirma o fundador.

A expectativa com o novo método é aumentar em até 30% a base de alunos nessa faixa etária, consolidando a rede como referência em educação musical inovadora. Para Marcelo, esse é mais um passo em direção ao objetivo de transformar a Academia do Rock em uma marca nacional forte. “Estamos focados em crescer de forma sustentável, sempre mantendo a qualidade e a essência que trouxeram a rede até aqui”, conclui.

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