Negócios

Como empresas do Sistema B estão ajudando a revolucionar a indústria de alimentos no Brasil

Raízs, Paraíso Verde e Nuu são algumas das companhias comprometidas em construir um mundo melhor para a sociedade e o planeta

Floresta Amazônica (Leo Correa/Glow Media/AP)

Floresta Amazônica (Leo Correa/Glow Media/AP)

EXAME Solutions
EXAME Solutions

EXAME Solutions

Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 08h00.

Criada em 2006, a ONG B Lab, que atua nos Estados Unidos e Canadá, deu um passo e tanto em 2011: tirou do papel o Sistema B International, uma organização que dá o devido destaque a companhias comprometidas com a construção de um mundo melhor para a sociedade e para o planeta.

Atualmente, abrange mais de 5.000 empresas de mais de 150 setores em 79 países. O movimento parte da premissa de que não existe planeta B e todas as empresas deveriam agir para evitar o agravamento das mudanças climáticas, através de políticas ambientais e sociais.

O movimento chegou ao Brasil há 11 anos e já reúne 306 companhias ao redor do mundo, incluindo algumas bem conhecidas, a exemplo da Natura, Arezzo e a vinícola Concha y Toro. Juntas, essas empresas geram uma receita de R$ 109 bilhões anuais e empregam mais de 34.000 pessoas.

O Sistema B propõe a substituição da máxima "lucro acima de tudo" por "lucro com impactos socioambientais positivos". O desafio consiste em sensibilizar e identificar empresas dispostas a integrar um ecossistema alinhado com essa visão, favorecendo uma economia inclusiva, equitativa e regenerativa e que se comprometam a adotar altos padrões de gestão e transparência.

Como a última COP deixou claro, as mudanças climáticas demandam medidas urgentes. Garantir que o aquecimento global não passe de 1,5ºC é crucial, assim como a busca pela neutralidade global de carbono. Para atingir esse objetivo, é imperativo reduzir as emissões de poluentes em relação ao que é retirado da atmosfera. Medidas como a eliminação do uso de carvão como combustível, a adoção de veículos elétricos, o combate ao desmatamento e o investimento em energias renováveis são consideradas indispensáveis.

Rafaela Gontijo, fundadora da Nuu, que integra o Sistema B (Nuu/Divulgação)

Uma das dezessete companhias brasileiras do setor de alimentos classificadas como empresa B é a Nuu. Fundada em 2016 por Rafaela Gontijo, produz pão de queijo e outros produtos do tipo. Sediada em Patos de Minas, em Minas Gerais, a companhia é conhecida por priorizar mulheres na hora das contratações – elas correspondem a 70% da força de trabalho. Ganhou fama por contratar uma funcionária que revelou ter planos de engravidar em breve – e que, no sétimo mês de gestação, foi promovida. A Nuu também se apresenta como uma empresa regenerativa e se diz preocupada com o impacto positivo de toda a cadeia de abastecimento.

Raízs e Paraíso Verde também fazem parte da lista. A primeira tem como objetivo incentivar a agricultura orgânica, agroecológica e a produção artesanal brasileira, com respeito ao meio-ambiente e aos animais. Vende frutas, legumes, verduras e temperos e remunera mais de 900 famílias de produtores.

Já a Paraíso Verde produz óleo de coco entre Ilhéus e Serra Grande, na Bahia. Em prol do meio ambiente, o produto é desidratado em baixa temperatura com a própria casca. O processo, manual, leva vinte dias e dá origem a um dos óleos de coco mais puros e sustentáveis de que se tem notícia.

Acompanhe tudo sobre:Alimentando o Planeta

Mais de Negócios

Até mês passado, iFood tinha 800 restaurantes vendendo morango do amor. Hoje, são 10 mil

Como vai ser maior arena de shows do Brasil em Porto Alegre; veja imagens

O CEO que passeia com os cachorros, faz seu próprio café e fundou rede de US$ 36 bilhões

Lembra dele? O que aconteceu com o Mirabel, o biscoito clássico dos lanches escolares