Negócios

Como o filho de Trump fatura milhões com a volta do pai à Casa Branca

Fundo 1789 Capital, cofundado por Donald Trump Jr., já captou meio bilhão de dólares

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 12 de maio de 2025 às 17h34.

 

A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos reacendeu não só disputas políticas — mas também oportunidades de negócios para os mais próximos do poder. E ninguém parece tirar mais proveito disso do que seu próprio filho.

Em novembro do ano passado, poucos dias após a vitória do pai, Donald Trump Jr. entrou como sócio da 1789 Capital, uma gestora de investimentos quase desconhecida, com sede em Palm Beach, a poucos quilômetros de Mar-a-Lago.

Na época, o fundo tinha menos de 200 milhões de dólares sob gestão. Hoje, o cenário mudou.

O nome de Trump Jr. passou a abrir portas.

Desde então, a 1789 conseguiu participação em aportes disputados — como a da SpaceX, empresa de Elon Musk, e da startup de inteligência artificial xAI, também de Musk. São ativos considerados "acesso VIP", reservados a poucos convidados, segundo o portal americano Business Insider.

A guinada da 1789 Capital não passou despercebida em Washington.

O fundo já soma investimentos em empresas que conseguiram contratos bilionários com o governo americano. Uma delas é a Anduril, fornecedora de tecnologias militares, que acaba de ganhar um contrato de 22 bilhões de dólares. Outras como Firehawk Aerospace e Aeon Industrial, também ligadas ao setor de defesa, estão no radar — e no portfólio — da 1789.

Pode haver conflito de interesse?

Apesar de não haver indícios claros de ilegalidade, especialistas em ética pública alertam para o conflito de interesses.

“Se o filho do presidente está lucrando com esses acordos, mesmo que com alguns graus de separação, é justo com os demais?”, questiona Scott Amey, do Project on Government Oversight.

No centro do modelo de negócios da 1789 está a criação de uma “economia paralela”, com foco em empresas “anti-woke” e alinhadas à visão do Make America Great Again. Mas a retórica ideológica não impede o pragmatismo financeiro. Segundo a Bloomberg, a gestora já captou 500 milhões de dólares desde a posse de Trump e pretende levantar mais 1 bilhão ainda este ano — com meta futura de 5 bilhões de dólares.

Outro projeto liderado por Trump Jr. é o Executive Branch, um clube exclusivo em Georgetown que cobra mais de meio milhão de dólares pela associação.

A promessa: aproximar empresários e investidores de figuras-chave da administração Trump.

O próprio Don Jr. já admitiu, em entrevista à Axios, que se beneficia do sobrenome.

“Seria tolice negar isso. Mas nunca ganhei com o cargo do meu pai financiado por impostos”, afirmou.

 

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