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Como transformar a luz natural em uma receita de R$ 50 milhões por ano

Engepoli, do Paraná, investe em pesquisa e desenvolvimento de soluções energéticas de iluminação e ventilação natural para a cobertura de edificações que vão desde centros de distribuição até a arena de clube de futebol

Cassio Pissetti, diretor-técnico e comercial da Engepoli (arquivo pessoal/Divulgação)

Cassio Pissetti, diretor-técnico e comercial da Engepoli (arquivo pessoal/Divulgação)

Rafael Martini
Rafael Martini

Editor da Região Sul

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 13h58.

Última atualização em 24 de outubro de 2025 às 14h58.

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Localizada em um pacato bairro residencial de Colombo, município da região metropolitana de Curitiba, está a sede de uma das empresas mais inovadoras em soluções energéticas de iluminação e ventilação natural para a cobertura de grandes edificações. A linha de produtos da Engepoli atende projetos que vão desde galpões industriais a centros de distribuição e até arenas de futebol como a do Athletico Paranaense.

Fundada em 1999 pelo engenheiro Cassio Pissetti, a empresa cresceu 20% no último ano, passando de 233 para 283 contratos executados em apenas 12 meses. A meta até 2026 é acelerar ainda mais a expansão, mantendo uma média de 25% ao ano. Para 2025 a receita estimada é de R$ 50 milhões.

Nos últimos 5 anos, mais de 1.065 obras foram realizadas pela companhia para diversos tipos de clientes, desde grandes multinacionais até pequenas e médias empresas. A maior parte dos empreendimentos está concentrada em galpões logísticos, que representam quase metade dos contratos.

Entre as soluções aplicadas, destaque para o sistema Skylux, que amplia a entrada de luz natural e reduz a necessidade de iluminação artificial, e o Exhaust, de ventilação natural, que melhora a qualidade do ar e diminui o uso de climatização mecânica. A combinação destes sistemas resulta em até 54% de economia no consumo de energia elétrica em comparação a centros convencionais.

A integração dos dois sistemas foi implantada no novo Centro de Distribuição da Coca-Cola, no Rio de Janeiro, que está entre os 6% dos edifícios mais eficientes do mundo em termos de desempenho ambiental.

Desde a fundação da Engepoli, a empresa já instalou 31,2 milhões de metros quadrados em coberturas prediais no Brasil e em mais oito países, uma área equivalente a 24,8 mil piscinas olímpicas ou 4,3 mil campos de futebol.

O carro-chefe dos produtos são os domos nanoprismáticos, placas translúcidas de policarbonato, que permitem uma melhor difusão da luz natural interna, sem transferência de calor.

Entre os clientes, empresas que são referência em seus ramos de atuação, como Toyota, Electrolux, Arauco, Volkswagen e GE Turbinas, a primeira fábrica de turbinas aéreas no Brasil.

Um dos segredos para tal desempenho está na constante na área de pesquisa e desenvolvimento. Por ano, são investidos mais de R$ 1,3 milhão em P&D. A Engepoli possui o registro de patentes de 14 produtos voltados à eficiência energética somente no Brasil, além das patentes de produtos em mais de 30 países, entre eles, Estados Unidos, Itália, Espanha, Portugal, Holanda, França, Inglaterra, Irlanda e Alemanha.

Certificação internacional

A Engepoli alcançou também a Certificação FM Approval, consolidando-se entre as dez únicas empresas no mundo a possuir esse reconhecimento no segmento de domos para iluminação natural. A certificação é concedida pela FM Global, após rigorosos testes que incluem simulações de ventos com força de furacão, chuvas de granizo, flamabilidade e resistência mecânica.

“Como parte do processo para certificação, fomos submetidos a testes rigorosos, incluindo um teste de resistência a chuvas de granizo com esferas do tamanho máximo, com duas polegadas, similar a bolas de sinuca”, conta Cassio Pissetti, diretor técnico e comercial da Engepoli.

Os testes e a aprovação do selo foram aplicados nos domos Skylux 555 Ultra e Skylux 777 Ultra, modelos mais populares produzidos pela Engepoli. O selo comprova a conformidade com padrões internacionais e a capacidade dos produtos e sistemas da companhia atenderem aos desafios mais exigentes; a Engepoli é a única com essa certificação na região da América do Sul, Central e Caribe.

Pissetti conta que o mercado brasileiro já está aderindo à certificação FM Approval, principalmente em empresas multinacionais, que reconhecem a importância de investir na resistência das suas estruturas para evitar perdas futuras. Essa demanda é crescente em um cenário onde eventos climáticos extremos — ventos fortes, chuvas de granizo, tempestades e calor intenso — tornam-se cada vez mais frequentes.

“Com as mudanças climáticas que já estão acontecendo e que se intensificarão nos próximos anos, as obras que não estão preparadas podem sofrer perdas patrimoniais e até de vidas. Já as que estão preparadas, que passaram por dimensionamentos adequados e possuem certificações, têm uma maior resiliência e uma capacidade de suportar maiores esforços”, completa.

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