Negócios

Conheça as petroleiras chinesas que vão atuar na cessão onerosa

A CNOOC e a CNODC arremataram, junto com a Petrobras, o bloco de Búzios; empresas já atuam em Libra, oferecido no primeiro leilão do pré-sal em 2013

Bloco de Libra, na Bacia de Santos: chinesas levaram área em leilão de 2013 (Agência Petrobras/Divulgação)

Bloco de Libra, na Bacia de Santos: chinesas levaram área em leilão de 2013 (Agência Petrobras/Divulgação)

JE

Juliana Estigarribia

Publicado em 12 de novembro de 2019 às 07h33.

As petroleiras chinesas CNOOC e CNODC (subsidiária da CNPC) estão avançando cada vez mais no mercado brasileiro. No leilão do excedente da cessão onerosa, as gigantes estatais arremataram o bloco de Búzios, o maior do certame, juntamente com a Petrobras: cada uma terá 5% no consórcio. Embora tímida, a sua atuação vem crescendo de forma gradativa - e estratégica.

"Onde houver oportunidades de investimentos de longo prazo, os chineses vão colocar recursos. No caso do pré-sal, estas empresas estão investindo em fatias menores porque ainda não têm condições de entrar como operadoras. A curva de aprendizado delas é diferente", diz um executivo ligado às petroleiras.

Não é a primeira vez que as duas companhias chinesas participam de um leilão emblemático no Brasil. Em 2013, o primeiro certame promovido pelo governo brasileiro na camada pré-sal teve lance único, de um consórcio formado pela Petrobras (como operadora, com 40% de participação), Total (20%), Shell (20%), CNOOC (10%) e CNPC (10%).

As empresas chinesas participaram ainda de consórcios vencedores na 3ª e na 5ª rodadas sob o regime de partilha do pré-sal, ocorridas entre 2017 e 2018.

Com capital social no país de 1,5 bilhão de reais (CNODC) e de 3,56 bilhões de reais (CNOOC), as petroleiras têm como foco o avanço na exploração e produção em águas profundas.

A atuação por aqui não deve se limitar ao chamado upstream (exploração e produção). A CNPC, holding da CNODC, também fechou uma parceria com a Petrobras no segmento de refino (downstream). O acordo prevê estudos para avaliação técnica do estado do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A futura joint venture, para concluir e operar o Comperj, será formada com 80% de participação da Petrobras e 20% da CNPC.

"Os chineses têm muitos recursos à disposição e investir nos diversos segmentos de energia, inclusive renováveis, faz parte da estratégia da China. No setor de petróleo não é diferente", diz um executivo do setor.

As petroleiras também atuam em outros países na região das Américas, como México e Estados Unidos, sempre em águas profundas.

Segundo apurou a reportagem de EXAME, no primeiro semestre deste ano uma comitiva de executivos chineses visitou o litoral norte fluminense, incluindo Macaé - considerada a "capital do petróleo" - e Itaboraí. No grupo, estavam representantes da CNPC, e o objetivo era mapear as oportunidades de investimentos do upstream ao downstream.

"Os chineses estão avaliando ativos no refino, petroquímica, químicos, como monetizar o gás natural, entre outros segmentos", explica uma pessoa que participou do processo.

Acompanhe tudo sobre:PetrobrasPetróleoLeilões

Mais de Negócios

Os planos desta empresa para colocar um hotel de R$ 70 milhões do Hilton em Caraguatatuba

Conheça os líderes brasileiros homenageados em noite de gala nos EUA

'Não se faz inovação sem povo', diz CEO de evento tech para 90 mil no Recife

Duralex: a marca dos pratos "inquebráveis" quebrou? Sim, mas não no Brasil; entenda