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Descer pra BC sem fila na BR é o trunfo deste negócio de R$ 500 milhões

A Tauf é uma incorporadora de luxo em Piçarras e Penha, nos arredores de Balneário Camboriú. Ali, imóveis são mais em conta do que na vizinha badalada

Leonardo Stollmeier, Isabela Tafner Stollmeier, Taysa Tafner, Marlon Tafner e Matheus Tafner, sócios da Tauf Empreendimentos: aposta no litoral norte de Santa Catarina (Divulgação/Divulgação)

Leonardo Stollmeier, Isabela Tafner Stollmeier, Taysa Tafner, Marlon Tafner e Matheus Tafner, sócios da Tauf Empreendimentos: aposta no litoral norte de Santa Catarina (Divulgação/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 11h29.

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A 25 quilômetros ao norte de Balneário Camboriú, cidade hoje mais conhecida pela abreviação ‘BC’, o Balneário Piçarras passou de refúgio pouco explorado a um dos destinos mais valorizados do litoral de Santa Catarina.

Com acesso facilitado, menos trânsito e infraestrutura em expansão, a cidade tem atraído famílias e investidores que buscam morar ou veranear perto do glamour de BC, mas sem pagar os preços cada vez mais altos da vizinha famosa.

No centro desse movimento está a Tauf Empreendimentos, incorporadora que aposta no alto padrão acessível como sua principal tese de crescimento.

Criada em 2020 por membros da família Tafner, fundadora da Uniasselviuma das maiores universidades de ensino a distância do país, vendida para a Kroton (atual Cogna) em 2015 —, a Tauf atua com um modelo enxuto e concentrado.

O foco está em entregar empreendimentos de luxo sob medida, com atenção aos detalhes e ao relacionamento com o cliente.

A empresa já entregou um projeto em Piçarras, está construindo o segundo e se prepara para dois novos lançamentos em 2026: um em Piçarras e outro em Penha, onde fica a sede do parque temático Beto Carrero World.

A história ganha relevância agora por conta da aceleração no mercado imobiliário da região.

Piçarras já figura entre as cinco cidades mais atrativas do país para o segmento de alto padrão, segundo o índice IDI Brasil 2025.

Penha, vizinha de Piçarras, aparece como aposta de valorização para os próximos anos.

A Tauf planeja lançar entre quatro e cinco empreendimentos até 2030, com um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em 500 milhões de reais.

“Quando você chega a um preço de 90 mil reais por metro quadrado em Balneário Camboriú, você limita muito o público. A gente viu em Piçarras uma lacuna entre demanda e oferta que fazia sentido ocupar”, afirma Leonardo Stollmeier, sócio e diretor comercial da Tauf.

Nos próximos cinco anos, a estratégia da Tauf é continuar concentrada no litoral norte catarinense.

A meta é crescer com controle de qualidade e manter a identidade artesanal do negócio.

“A gente não quer virar uma incorporadora que lança um monte de projetos. A quantidade nunca vai ser o foco, sempre a qualidade”, diz Stollmeier.

Origens familiares

A trajetória da Tauf começa antes mesmo de sua fundação. A família Tafner construiu uma reputação no mercado com a Uniasselvi, vendida em 2012 após um processo de crescimento acelerado no ensino a distância.

Com a venda da universidade, os recursos foram reinvestidos em diversos ativos, incluindo o mercado imobiliário.

Foram anos de atuação como investidores em projetos em Balneário Camboriú, Praia Brava e até na Flórida.

Em 2020, após retornarem dos Estados Unidos com formação em Administração e Finanças, Isabela Tafner Stollmeier e Leonardo Stollmeier, junto com Matheus Tafner, viram em Piçarras uma oportunidade concreta. Os três são da segunda geração da família.

“Tinha um projeto já aprovado, pronto para lançar, de uma incorporadora que estava com dificuldade financeira. A gente olhou os números e decidiu comprar”, diz Leonardo.

A oportunidade em Piçarras

A tese da Tauf se baseia em uma combinação de fatores. O primeiro é a comparação direta com Balneário Camboriú.

Enquanto imóveis de frente para o mar em BC ultrapassam R$ 10 milhões, em Piçarras os preços partem da faixa dos R$ 2 milhões, com padrão semelhante.

O segundo ponto é a logística. Boa parte dos clientes vem do Paraná, e o trecho entre Itajaí e Balneário Camboriú na BR-101 é conhecido pelos engarrafamentos, especialmente no verão.

“Sem trânsito, o trajeto leva três horas. No verão, chega a seis. Piçarras está antes do trecho mais complicado da rodovia. Isso pesa na decisão de compra”, afirma Leonardo.

Por fim, há uma questão de infraestrutura urbana. Piçarras é hoje a única praia brasileira com 100% da orla certificada com o selo Bandeira Azul, que exige balneabilidade, tratamento de esgoto e mobilidade urbana.

“Para manter o selo, a prefeitura cobra bastante. A gente é obrigado, por exemplo, a incluir uma estação de tratamento de esgoto dentro da própria obra”, diz Isabela.

Modelo de negócio

A Tauf atua com um modelo de operação controlada. O objetivo é lançar um projeto por ano, com exceção de 2026, quando dois empreendimentos estão previstos.

A incorporadora já entregou o Terraço del Mare, tem em construção o Momentum Residence, previsto para 2028, e prepara dois novos projetos, um em Piçarras e outro em Penha.

“Nosso planejamento é lançar até meio bilhão de reais em imóveis nos próximos cinco anos. Mas a gente não quer correr. A ideia é manter o formato boutique”, diz Leonardo.

Esse modelo permite também manter um contato mais próximo com os clientes.

“A maioria das incorporadoras some depois da venda. A gente não. Continuamos conversando com o cliente mesmo depois da entrega das chaves”, afirma Isabela.

Balneário Piçarras: expansão do mercado imobiliário de luxo a 25 quilômetros ao norte da badalada BC (Divulgação/Divulgação)

Os diferenciais no produto

Boa parte dos diferenciais da Tauf está nos detalhes da execução.

O uso de drywall nas paredes internas, por exemplo, é uma escolha técnica pouco comum na região, mas que garante melhor isolamento acústico e permite alterações na planta com mais facilidade.

A empresa também usa porcelanato, persianas automatizadas e mantém uma política de melhorias mesmo após o início da obra.

“Um cliente nosso pediu exaustão em vez de depurador. Isso não estava previsto, mas a gente levou para o time técnico, analisou e implementou para todos os apartamentos do projeto”, conta Leonardo.

Além disso, os próximos lançamentos vão trazer assinaturas internacionais de arquitetura, paisagismo com escritório responsável pelo Aeroporto de Florianópolis e acabamentos inspirados em referências usadas pelos próprios sócios.

“A gente escolhe como se fosse para a nossa casa. Não é sobre comprar o mais caro, mas o que faz sentido”, diz Matheus.

Desafios e expansão

A decisão de manter um ritmo mais lento não está apenas ligada à estratégia comercial. É também uma forma de manter o nível de personalização e inovação.

“O dia que a gente parar de inovar, vira só mais uma. Foi isso que nosso pai falava na época da Uniasselvi, e isso continua valendo”, afirma Leonardo.

A Tauf já tem áreas reservadas para projetos futuros fora do litoral, como condomínios horizontais em regiões de represa próximas a Blumenau.

Por ora, o plano é ficar entre Piçarras e Penha, acompanhando o ciclo de valorização imobiliária da região.

Camboriú está para Piçarras assim como South Miami esteve para Fort Lauderdale”, diz Leonardo.

“A diferença de preço ainda é um abismo, mas a distância é curta. E esse movimento de valorização leva tempo. Na Flórida, levou 15 anos. Aqui, ainda está só no começo.”

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