André Cruz e Michelle Oliveira, da Digital Manager Guru: casal brasileiro mora em Portugal há dez anos (Digital Bird/Divulgação)
Repórter
Publicado em 22 de fevereiro de 2025 às 08h10.
Os marketplaces e plataformas tradicionais de e-commerce cobram taxas altas sobre cada venda, o que reduz as margens de lucro dos empreendedores.
Foi para resolver esse problema que os cariocas André Cruz e Michelle Oliveira fundaram a Digital Manager Guru, uma plataforma que permite que vendedores tenham autonomia para gerenciar pagamentos, sem comissões abusivas.
A ideia nasceu da experiência do casal no setor digital. Michelle, com carreira consolidada em tecnologia e gestão de sistemas, e André, especialista em e-commerce e meios de pagamento, perceberam que muitos negócios eram reféns dos intermediários.
Os vendedores pagam um preço alto por usarem plataformas que dominam o mercado. Além das taxas, ficam presos a regras que podem mudar a qualquer momento.
Já o modelo criado pela Guru funciona com uma mensalidade fixa, permitindo que os clientes escolham livremente os processadores de pagamento. As assinaturas vão de aproximadamente R$ 300 até R$ 3.000, dependendo do tamanho da empresa.
Em 2024, a empresa ajudou seus usuários a economizarem R$ 75 milhões, valor que teria sido gasto em comissões.
Plataformas como Hotmart, Sympla ou Eventbrite cobram uma taxa sobre cada venda, que pode chegar a 15% do valor. Isso significa que, se você vender um curso por R$ 1.000, pode perder até R$ 150 só em comissões.
A Guru funciona de um jeito diferente: em vez de ficar com uma parte do seu dinheiro, ela cobra uma mensalidade fixa. Assim, quem vender R$ 1.000 ou R$ 1 milhão continua pagando o mesmo valor.
O vendedor também pode escolher entre mais de 20 processadores de pagamento, como PagSeguro, PayPal e NuPay, para encontrar as taxas que melhor encaixam para você.
O que uma creatina rosa, um sofá na caixa e um café turbo têm em comum?Criada em 2017, a Guru começou como uma solução para infoprodutores (que criam e distribuem produtos digitais) e rapidamente expandiu sua atuação para diversos segmentos. Hoje, atende criadores de conteúdo, organizadores de eventos, negócios por assinatura e e-commerces.
A empresa tem sua base em Portugal, onde os fundadores moram há quase 10 anos, mas a maioria dos clientes está no Brasil. Apesar disso, a Guru já possui clientes nos Estados Unidos, Europa e até na Austrália, operando globalmente sem precisar abrir filiais em cada país.
“Nossa estratégia sempre foi focar na liberdade do vendedor. Como não processamos o dinheiro diretamente, conseguimos atuar em qualquer lugar do mundo sem barreiras”, diz Cruz.
Em 2024, a Digital Manager Guru expandiu sua plataforma para atender também o setor de venda de ingressos. O diferencial segue o mesmo: eliminar taxas excessivas.
"O mercado de ingressos sempre explorou os organizadores e os participantes. A famosa ‘taxa de conveniência’ é conveniente apenas para as plataformas, não para quem vende ou compra. Criamos uma alternativa justa para esse setor também", diz Cruz.
A empresa pretende ampliar essa frente de negócios em 2025, especialmente no segundo semestre, quando a demanda por eventos cresce significativamente. O plano é dobrar seu volume de transações em 2025 e alcançar R$ 6 bilhões apenas no Brasil.