Negócios

Do campo à sala de aula: como a IA está redefinindo os negócios no Brasil

De drones que antecipam a colheita a plataformas que personalizam o ensino, a inteligência artificial mostra que seu maior poder está na integração entre dados, estratégia e pessoas

Marcelo Cosentino, vice-presidente de Negócios para Segmentos da TOTVS (TOTVS/Divulgação)

Marcelo Cosentino, vice-presidente de Negócios para Segmentos da TOTVS (TOTVS/Divulgação)

Marcelo Cosentino
Marcelo Cosentino

Vice-presidente de Negócios para Segmentos da TOTVS

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 12h01.

A inteligência artificial deixou de ser uma promessa futurista para se tornar uma força motriz de transformação nos negócios. Longe de se limitar a chatbots ou à geração de textos, a IA está sendo integrada de forma estrutural em operações complexas, redefinindo a produtividade e a estratégia em todos os setores da economia. Para os líderes e gestores, a questão não é mais se a IA vai impactar sua empresa, mas como e quando eles irão adotá-la para não perderem relevância.

A beleza dessa revolução é sua transversalidade. Embora as aplicações sejam distintas, o princípio é o mesmo: usar dados para gerar inteligência e otimizar resultados. Se no campo a IA otimiza a produção e a logística, na educação ela redefine a experiência de aprendizado e a gestão escolar. Vejamos como na prática isso acontece.

No campo, a IA já é uma realidade que gera eficiência e rentabilidade. Imagine drones e sensores que analisam a saúde da safra em tempo real, identificando pragas ou a necessidade de irrigação em áreas específicas. Algoritmos preditivos, alimentados por dados climáticos e históricos, conseguem prever a produtividade com alta acurácia, otimizando a logística de colheita e a negociação de preços. A tecnologia não substitui o agricultor, mas o transforma em um gestor de dados, que toma decisões mais rápidas e precisas, reduzindo custos e o impacto ambiental.

Assim como no campo, onde sensores e algoritmos orientam decisões, na sala de aula a IA atua como um parceiro estratégico. Em um setor que busca cada vez mais personalização, a IA permite a criação de jornadas de aprendizado únicas. Plataformas inteligentes adaptam o conteúdo ao ritmo de cada aluno, reforçando temas onde ele tem dificuldade e avançando nos pontos já dominados. Para a gestão, a IA automatiza processos administrativos complexos, como a alocação de turmas e a gestão de matrículas, liberando os educadores para focarem no que realmente importa: o desenvolvimento pedagógico e humano dos estudantes.

O que une o trator autônomo e a plataforma de ensino adaptativa? A capacidade da tecnologia de atuar como um especialista integrado à operação. Na TOTVS, onde atendemos doze segmentos distintos da economia, vemos esse padrão se repetir. A IA não é uma camada externa, mas um componente essencial do sistema de gestão, que atua como um copiloto para as equipes. São os chamados Agentes de IA, que executam tarefas, analisam cenários e oferecem insights diretamente no ambiente de trabalho do usuário, seja no controle de estoque de um varejista ou na gestão de leitos de um hospital.

Contudo, a adoção efetiva enfrenta barreiras. Um estudo recente da TOTVS com a H2R Insights e Trends, o "Panorama IA nas empresas brasileiras", revelou que 50% das empresas ainda não usam a tecnologia de forma estruturada, e muitas apontam a falta de profissionais qualificados e a dificuldade em medir o retorno sobre o investimento (ROI) como grandes desafios.

Isso nos mostra que a transformação não é apenas tecnológica, mas também cultural e estratégica. É preciso preparar as equipes, organizar os dados e, acima de tudo, ter uma liderança que enxergue a IA não como um custo, mas como uma alavanca para a inovação e a competitividade. A tecnologia, por si só, não faz milagres. Ela potencializa a capacidade humana.

Do campo à sala de aula, passando por indústrias, hospitais e varejo, a IA já se mostra capaz de transformar operações e gerar vantagem competitiva. Portanto, o convite à reflexão para todo gestor é: você está tratando a tecnologia como uma simples ferramenta ou como um integrante estratégico do seu time? A resposta a essa pergunta definirá quem serão os protagonistas e quem serão os espectadores na nova economia que já começou a ser desenhada.

 

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