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Dos 10 mais ricos da América Latina três são brasileiros; veja lista

Embora o Brasil tenha perdido o maior número de bilionários na América Latina no último ano, os bilionários mexicanos perderam mais dinheiro

Da Redação
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Publicado em 1 de abril de 2025 às 13h01.

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Há um número recorde de 3.028 bilionários no mundo, mas apenas 95 são da América Latina, uma queda em relação aos 110 do ano passado. É o que aponta o levantamento da Forbes divulgado nesta terça-feira, 1º. Esse grupo de empreendedores, investidores e herdeiros tem um patrimônio combinado de US$ 484,3 bilhões, US$ 46 bilhões a menos do que em 2024.

Dos 18 bilionários que saíram da lista, 15 são do Brasil, incluindo figuras notáveis como o "Rei da Soja", Blairo Maggi, controlador da produtora de soja Amaggi, e João Alves de Queiroz Filho, fundador da Hypera Pharma. No entanto, o Brasil conseguiu incluir dois novos bilionários este ano: Max Van Hoegaerden Herrmann Telles, herdeiro da Anheuser-Busch InBev (fortuna estimada de US$ 5,8 bilhões), e o empresário de energias renováveis Mário Araripe (US$ 3 bilhões).

Embora o Brasil tenha perdido o maior número de bilionários na América Latina no último ano, os bilionários mexicanos perderam mais dinheiro. Um peso enfraquecido — com queda de 20% em relação ao dólar — e uma série de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, contribuíram para uma redução de US$ 36,9 bilhões no patrimônio combinado dos mexicanos mais ricos, que agora somam US$ 167,1 bilhões.

Ninguém na região perdeu mais do que Carlos Slim Helú (US$ 82,5 bilhões), que perdeu US$ 19,5 bilhões, à medida que as ações de sua empresa de telecomunicações América Móvil e de seu conglomerado Grupo Carso caíram 20% e 15%, respectivamente, devido a flutuações na taxa de câmbio. Slim caiu da 14ª para a 19ª posição mundial.

Ricardo Salinas Pliego (US$ 4,9 bilhões), que foi o sétimo bilionário mais rico da região no ano passado e o terceiro mais rico do México, perdeu US$ 8,5 bilhões, com a queda de 70% das ações de seu conglomerado Grupo Elektra, devido a suspensões de negociações causadas por acusações de fraude e disputas de dívidas entre as empresas de Salinas e o governo mexicano.

Para mitigar a queda no valor, o conselho da Elektra decidiu tornar a empresa privada no final de 2024; a transição deverá ser concluída até maio. Enquanto isso, os irmãos Juan Domingo (US$ 1,9 bilhão) e Karen Beckmann Legorreta (US$ 1,3 bilhão) perderam US$ 2,7 bilhões e US$ 1,9 bilhões, respectivamente, quando as ações da Becle, a empresa por trás da marca de tequila José Cuervo, caíram para um recorde em 4 de março, quando as tarifas sobre as importações do México, Canadá e China entraram em vigor. As tarifas foram suspensas dois dias depois, mas as ações ainda não se recuperaram.

Fora do México e Brasil, a situação não foi tão grave. O bom desempenho de instituições financeiras trouxe um banqueiro argentino (Delfín Jorge Ezequiel Carballo, US$ 1,2 bilhão) e um banqueiro chileno (Luis Enrique Yarur Rey, US$ 1,3 bilhão) de volta à lista, além de aumentar a fortuna da pessoa mais rica da Venezuela, Juan Carlos Escotet (US$ 7,4 bilhões), em 68%.

Outro retorno foi o de Eduardo Hochschild (US$ 2,4 bilhões), presidente do grupo familiar peruano Hochschild Group. O único peruano na lista, ele retornou após um aumento no preço das ações da sua empresa de mineração, graças ao retorno à rentabilidade em 2024 e alguns generosos pagamentos de dividendos.

Morte de bilionários

Dois bilionários latino-americanos notáveis morreram este ano. Gregorio Pérez Companc, que transformou o Grupo Pérez Companc em um dos maiores conglomerados da Argentina, morreu em junho de 2024. O magnata havia planejado sua sucessão em 2009, quando deu a seis de seus filhos participações iguais na empresa controladora do conglomerado.

Este ano, três dos irmãos compraram a participação dos outros. Luis, Rosario e Pilar Pérez Companc agora são os principais proprietários, mas nenhum deles era bilionário individualmente quando finalizamos a lista. E o chileno Horst Paulmann faleceu em março. Paulmann fundou o gigante do varejo Cencosud a partir de um único supermercado no Chile, em 1963. Quando faleceu, a empresa tinha presença em cinco países da América Latina e gerava US$ 17,5 bilhões em receita anual.

Aqui estão os 10 bilionários mais ricos da América Latina:

10. Alejandro Baillères Gual & família
Fonte de riqueza: Diversificada | Nacionalidade: México | Patrimônio líquido: US$ 9 bilhões (vs. US$ 8,1 bilhões)
Em 2022, ele e seus cinco irmãos herdaram a participação de seu falecido pai no Grupo BAL, um conglomerado mexicano que abrange mineração, varejo e serviços financeiros. Em junho, o Grupo Carso de Carlos Slim Helú completou a aquisição da PetroBal Upstream, braço de petróleo do grupo, por cerca de US$ 530 milhões.

9. María Asunción Aramburuzabala & família
Fonte de riqueza: Cerveja, investimentos | Nacionalidade: México | Patrimônio líquido: US$ 9 bilhões (vs. US$ 6,3 bilhões)
Agora a terceira pessoa mais rica do México, Aramburuzabala herdou a participação de seu pai na produtora de cerveja Grupo Modelo após sua morte em 1995. Sua fortuna inclui as participações de sua irmã e mãe na Tresalia Capital, o veículo de investimentos da família, que apoiou empresas como Tory Burch e Casper Sleep. A fortuna de Aramburuzabala aumentou US$ 2,7 bilhões este ano após a Forbes investigar o valor do portfólio imobiliário da Tresalia.

8. David Vélez & família
Fonte de riqueza: Fintech | Nacionalidade: Colômbia | Patrimônio líquido: US$ 10,7 bilhões (vs. US$ 10,8 bilhões)
Em agosto, Vélez vendeu 31 milhões de ações da Nu Holdings, no valor de US$ 404 milhões. O cofundador e CEO, que ainda possui 20% das ações da empresa, tem grandes planos para a maior fintech da América Latina. Em janeiro, discutiu planos para expandir as operações do Nubank além da região, incluindo uma possível entrada nos Estados Unidos.

7. Jaime Gilinski Bacal
Fonte de riqueza: Bancos | Nacionalidade: Colômbia | Patrimônio líquido: US$ 10,7 bilhões (vs. US$ 7,7 bilhões)
O banqueiro colombiano, que empata com Vélez pelo título de pessoa mais rica do país, construiu sua fortuna por meio de uma série de aquisições ousadas no setor bancário e saídas bem-sucedidas por toda a América Latina. Suas últimas negociações incluem o Metro Bank, de Londres, no qual se tornou acionista majoritário em 2023, e o conglomerado colombiano de processamento de alimentos Grupo Nutresa.

6. Jorge Paulo Lemann & família
Fonte de riqueza: Cerveja | Nacionalidade: Brasil | Patrimônio líquido: US$ 17 bilhões (vs. US$ 16,4 bilhões)
Lemann cofundou a empresa de private equity 3G Capital com os bilionários Carlos “Beto” Sicupira e Marcel Herrmann Telles em 2004, fazendo investimentos altamente lucrativos em empresas de alimentos e bebidas, como Anheuser-Busch, H.J. Heinz & Company e Burger King. Nos últimos anos, a empresa tem se aventurado em outros setores, incluindo uma participação de 75% na fabricante de persianas holandesa Hunter Douglas.

5. Vicky Safra & família
Fonte de riqueza: Bancos | Nacionalidade: Brasil | Patrimônio líquido: US$ 20,7 bilhões (vs. US$ 20,6 bilhões)
A saga da herança que envolveu a viúva e os filhos de Joseph Safra, o banqueiro mais rico do mundo, chegou ao fim. "Estou feliz por deixar essa questão para trás. Após os esclarecimentos, entendi que não houve irregularidades que a herança de Safra foi devidamente disposta de acordo com seus desejos", disse o filho Alberto em um comunicado conjunto com a família divulgado em julho.

4. Iris Fontbona & família
Fonte de riqueza: Mineração | Nacionalidade: Chile | Patrimônio líquido: US$ 28,1 bilhões (vs. US$ 25,7 bilhões)
A viúva de Andrónico Luksic (falecido em 2005) e seus filhos estão buscando cerca de US$ 230 milhões do Banco Santander e da PwC, relacionados às perdas do quase colapso do Banco Popular em 2017.

3. Germán Larrea Mota Velasco & família
Fonte de riqueza: Mineração | Nacionalidade: México | Patrimônio líquido: US$ 28,6 bilhões (vs. US$ 27,9 bilhões)
Larrea construiu sua fortuna expandindo o Grupo México para um conglomerado com interesses em transporte e infraestrutura.

2. Eduardo Saverin
Fonte de riqueza: Facebook | Nacionalidade: Brasil | Patrimônio líquido: US$ 34,5 bilhões (vs. US$ 28 bilhões)
O cofundador do Facebook continua a colher os benefícios de sua participação na Meta.

1. Carlos Slim Helú & família
Fonte de riqueza: Telecomunicações | Nacionalidade: México | Patrimônio líquido: US$ 82,5 bilhões (vs. US$ 102 bilhões)
Embora ainda esteja entre as 20 pessoas mais ricas do mundo, Slim caiu para a 19ª posição, marcando a classificação mais baixa desde 2003.

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