Luiz Alberto Ferla, do DOT Digital Group: aposta em produtos educacionais personalizados (Divulgação/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 24 de novembro de 2025 às 08h12.
O tempo para treinar pessoas dentro das empresas continua escasso. Mas a pressão por melhorar resultados com aprendizagem digital só cresce.
Nesse meio, edtechs que atuam com educação corporativa estão se movimentando para ganhar escala, melhorar suas plataformas e oferecer soluções mais completas.
Esse é o pano de fundo da aquisição da Edusense pelo DOT Digital Group, empresa brasileira que atua há 29 anos no setor e que oferece desde conteúdos até plataformas para treinamentos empresariais.
A Edusense, que seguirá operando com marca própria, passa a integrar o portfólio do DOT e também a operação oficial da Coursera no Brasil, representada pelo grupo.
O setor de tecnologia educacional está em fase de crescimento acelerado. Em 2025, o mercado global de EdTech deve movimentar cerca de 404 bilhões de dólares.
No Brasil, o volume estimado é de 5,41 bilhões de dólares em 2024, com projeção de chegar a 14,64 bilhões até 2033, segundo relatório da IMARC Group.
Esse avanço pressiona empresas do setor a oferecer plataformas mais completas, com personalização, análise de dados e experiências de aprendizagem mais efetivas.
O negócio amplia a presença do DOT no mercado de tecnologia educacional e acontece em um momento de crescimento.
Em 2024, a empresa atingiu receita líquida de 122 milhões de reais, alta de 18% em relação ao ano anterior, e apareceu no ranking EXAME Negócios em Expansão entre as 128 empresas com receita entre 30 e 150 milhões de reais que mais cresceram no país.
“Sondamos o mercado de edtechs com cuidado e a Edusense chamou a atenção pela visão de produto, pelo cuidado com a experiência do usuário e pela consistência técnica da plataforma”, afirma Luiz Alberto Ferla, CEO e fundador do DOT.
“Com essa aquisição, trazemos para dentro do grupo uma tecnologia consolidada e alinhada ao que o mercado vem pedindo em termos de personalização e engajamento.”
O grupo desenvolve plataformas, produz cursos sob medida, gerencia o suporte aos usuários e mede os resultados dos treinamentos.
A empresa opera com modelo remoto, conta com entre 200 e 500 funcionários e já emitiu mais de 18 milhões de certificações digitais ao longo da história.
O portfólio inclui conteúdos interativos, programas para dispositivos móveis, realidade aumentada, vídeos, podcasts e campanhas de engajamento para times internos.
A empresa também usa canais como WhatsApp para distribuir conteúdos de forma prática e com maior alcance.
“A gente entende que educação corporativa não é só sobre conteúdo, mas sobre transformar o jeito que as pessoas aprendem dentro das empresas”, diz Ferla.
“Temos clientes de setores muito diferentes, mas todos têm em comum o desafio de desenvolver pessoas com pouco tempo, muitos formatos e muita pressão por resultado.”
Fundada em 2018, com sede em São Paulo, a Edusense atua com uma plataforma que combina gestão e experiência de aprendizagem.
A tecnologia reúne duas frentes: o LMS, sistema que organiza os cursos, e o LXP, que sugere conteúdos com base nos interesses e perfil do usuário.
A personalização é feita por algoritmos, e a jornada pode incluir vídeos, e-books, treinamentos híbridos e elementos de gamificação.
A empresa atende mais de 100 clientes e oferece recursos de análise de dados para acompanhar a performance dos colaboradores e dos programas de capacitação.
A equipe da Edusense, com mais de 40 profissionais, será mantida dentro da nova estrutura.
“A nossa ideia não é apenas incorporar a tecnologia, mas integrar os times, a visão de produto e os aprendizados. A Edusense traz uma cultura que complementa a nossa e uma plataforma já validada por grandes clientes”, diz Ferla.
“É uma aquisição que encaixa bem com o nosso momento e acelera o caminho que já vínhamos trilhando.”
Com a entrada da Edusense, o DOT pretende dobrar a receita nos próximos anos e ampliar a atuação com empresas que buscam programas de educação mais personalizados.
Segundo Ferla, a prioridade agora é integrar a plataforma da Edusense às soluções do grupo e escalar o uso combinado com conteúdos e serviços já disponíveis.
A meta de longo prazo da companhia é chegar a 1 bilhão de reais em receita até 2030. Parte desse plano envolve também levar a tecnologia para fora do Brasil.“Queremos aumentar a oferta de produtos próprios, investir ainda mais em personalização e tornar a experiência de aprendizagem mais fluida, intuitiva e adaptada ao dia a dia das empresas”, afirma.
O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).
O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.
Em 2025, a pesquisa avaliou as empresas que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2024. A análise considerou negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.
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