Fundador de IA fica bilionário ao criar o ChatGPT para médicos
Redatora
Publicado em 18 de julho de 2025 às 15h24.
O economista e empreendedor Daniel Nadler tornou-se bilionário após captar US$ 210 milhões em uma nova rodada de investimentos para a OpenEvidence, empresa que desenvolve uma ferramenta de inteligência artificial para profissionais da saúde. A startup, avaliada em US$ 3,5 bilhões, oferece um mecanismo de busca gratuito que analisa milhões de artigos médicos para auxiliar profissionais da área na tomada de decisões clínicas.
Fundada em 2022 e com sede em Miami, a OpenEvidence afirma ter registrado 430 mil médicos nos Estados Unidos, o que representa cerca de 40% da categoria no país. A plataforma é usada atualmente em aproximadamente 8,5 milhões de consultas por mês. O modelo de negócios é baseado em publicidade direcionada a médicos, estratégia semelhante à adotada por empresas como o Google.
“Falamos da era de ouro da biotecnologia, em que novos e melhores medicamentos são desenvolvidos o tempo todo. Mas é como a era das trevas para os médicos, por causa do esgotamento”, disse Nadler em entrevista à Forbes. “Há uma enorme quantidade de informações que eles precisam manter sob controle, e o cérebro humano tem capacidade limitada para ler milhões de estudos", acrescentou.
O financiamento recente foi liderado pela GV (braço de capital de risco do Google) e pela Kleiner Perkins. Investidores como Coatue, Thrive Capital e Conviction também participaram da rodada. Nadler detém aproximadamente 60% da empresa, o que eleva seu patrimônio líquido estimado para US$ 2,3 bilhões, segundo a Forbes.
O cofundador Zack Ziegler, doutorando em aprendizado de máquina em Harvard e diretor de tecnologia da empresa, possui cerca de 10% da companhia.
A OpenEvidence se diferencia de outras plataformas por utilizar algoritmos de IA desde o início, com acesso a publicações de revistas científicas como o New England Journal of Medicine e o Journal of the American Medical Association. A empresa afirma que o sistema oferece resultados precisos, com links para os artigos originais, e que evita erros comuns ao restringir a base de dados a fontes científicas.
Entre os usuários da plataforma está o Hospital Geral de Massachusetts, onde médicos relatam o uso da ferramenta para acessar informações durante atendimentos em tempo real. A OpenEvidence também foi incorporada à aceleradora de startups da Clínica Mayo, um dos principais centros de pesquisa médica dos Estados Unidos.
A empresa lançou recentemente o recurso DeepConsult, que utiliza modelos de raciocínio para organizar a pesquisa clínica em etapas e sugerir conexões entre diferentes estudos. A startup não precisa de aprovação da FDA (agência reguladora de medicamentos dos EUA), pois não é classificada como ferramenta de diagnóstico.
Nadler fundou anteriormente a Kensho, empresa de análise financeira por IA adquirida pela S&P Global por US$ 700 milhões em 2018. O cofundador e CEO da OpenEvidence afirmou ter investido US$ 10 milhões de recursos próprios na OpenEvidence, o que lhe garantiu uma fatia majoritária do negócio antes da entrada de fundos externos.