Leandra Bisi Priante, multifranqueada da 5àSec e da Havanna: "Investir sem conhecer o mercado é um risco desnecessário" (divulgação/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 14 de julho de 2025 às 06h47.
Última atualização em 14 de julho de 2025 às 06h52.
"Investir em um negócio sem conhecer o mercado é como construir uma casa sem fundação", diz Leandra Bisi Priante, multifranqueada da 5àSec e da Havanna. “Quando decidi entrar para o mundo das franquias, estudei o setor, as marcas e o comportamento do consumidor. Foi esse preparo que me permitiu fazer uma escolha estratégica e segura.”
O desejo de empreender é realidade para seis em cada dez brasileiros, mas transformar esse sonho em negócio exige responsabilidade e estratégia. Leandra sabia disso quando, há quase 15 anos, decidiu deixar o cargo executivo em uma multinacional do setor calçadista para empreender.
Após estudar diferentes mercados, identificou nas franquias de serviços uma oportunidade promissora.
“O que me atraiu foi a combinação entre inovação e praticidade. Vi um enorme potencial em negócios que resolvessem problemas do dia a dia e, ao mesmo tempo, fossem escaláveis”, explica.
Durante a fase de pesquisa, visitou unidades, conversou com franqueadores e analisou modelos de negócio até chegar à 5àSec.
Sua história com a marca, no entanto, começou com um “não”.
"A 5àSec não tinha um plano de expansão para Belém. Eles já tinham franqueados na região, então me disseram que não seria possível abrir uma unidade lá", conta.
O obstáculo, no entanto, virou oportunidade. Leandra reavaliou o modelo da marca e apresentou uma proposta inovadora: criar a primeira unidade drive-thru da 5àSec, adaptando o serviço à realidade de Belém. "Eu queria agregar valor à marca", conta.
A ideia foi bem recebida e, em 2011, a loja foi inaugurada, marcando o início de uma trajetória de sucesso. Hoje, Leandra é responsável por todas as 12 unidades da 5àSec em Belém e também lidera operações da Havanna na região, tornando-se referência no setor de franquias na região Norte.
Antes de empreender, Leandra Bisi Priante construiu uma trajetória sólida em cargos de liderança no setor privado. Começou a trabalhar ainda na adolescência, em uma loja de shopping, e ao longo dos anos passou por empresas dos setores farmacêutico, varejista e calçadista.
Foi nesse último que passou mais de dez anos em uma multinacional do segmento, ocupando funções estratégicas ligadas a vendas, operação e expansão territorial.
No auge da carreira, foi promovida à posição de representante exclusiva da marca para quatro estados da região Norte (Pará, Amapá, Amazonas e Roraima) sendo a primeira mulher a ocupar esse posto.
A rotina envolvia desde a gestão de grandes volumes de vendas até o desenvolvimento de canais de distribuição e negociação com redes varejistas. Leandra também era responsável por recrutar e treinar equipes comerciais, além de abrir novos mercados para a companhia em regiões até então pouco exploradas.
“Trabalhar em uma multinacional me forçou a ter disciplina operacional e pensar em escala o tempo todo. Você aprende a organizar processos, gerir gente e olhar para números como base para toda decisão”, diz.
Quando decidiu empreender, usou sua experiência corporativa desde o primeiro dia. Criou manuais internos, montou indicadores de performance e desenhou rotinas operacionais antes mesmo da inauguração da loja.
Essa base foi essencial para a 5àSec escalar no Norte. Com operações bem definidas, ela conseguiu replicar o modelo com consistência, abrindo novas unidades sem perder controle de qualidade.
Hoje, Leandra coordena 12 unidades da 5àSec em Belém e lidera uma equipe com mais de 50 funcionários. Nos últimos anos decidiu diversificar e assumiu uma loja da Havanna na cidade. Hoje, já conta com duas lojas da marca argentina.
"Em um ano saímos da 108ª posição nacional para a primeira. Entregamos os melhores resultados com foco no atendimento ao cliente e treinamento da equipe", diz Leandra.
A transição do mundo corporativo para o empreendedorismo não foi apenas uma mudança de carreira — foi uma estratégia de longo prazo.
Com base na trajetória de Leandra Bisi Priante à frente das franquias da 5àSec e da Havanna, selecionamos sete lições práticas que podem ajudar quem está pensando em entrar no mercado de franquias. Confira:
Leandra passou meses analisando marcas, conversando com franqueadores e entendendo o comportamento do consumidor antes de decidir.
"Investir sem conhecer o mercado é um risco desnecessário. Pesquise a fundo a marca, o setor e as necessidades locais antes de assinar o contrato".
A primeira loja da 5àSec em Belém nasceu de uma adaptação: Leandra criou um modelo drive-thru para contornar a falta de estacionamento e o clima quente.
"Nem todo modelo de negócio serve para todas as cidades. Entenda o contexto local e proponha soluções que resolvam dores reais do consumidor".
Ao longo da trajetória, Leandra se manteve próxima da franqueadora, participando de reuniões e propondo melhorias com base nas necessidades do mercado regional.
"A franqueadora não é apenas fornecedora de marca, é parceira estratégica. Mantenha diálogo aberto e compartilhe feedbacks para melhorar a operação".
Leandra estruturou sua operação para crescer, mesmo antes da segunda unidade. Ela padronizou processos e criou uma base para escalar com controle de qualidade.
"Mesmo que comece com uma loja, pense como se fosse abrir dez. A expansão sustentável depende de estrutura, equipe treinada e operação bem desenhada".
Desde a primeira unidade, Leandra investe em capacitação contínua. Para ela, o time é o reflexo da marca na ponta.
"Não existe bom atendimento sem equipe bem treinada. Capacitação não é custo, é investimento em qualidade e retenção".
Durante a pandemia, Leandra ajustou seu modelo de atendimento e fortaleceu canais de entrega. A agilidade foi fundamental para manter a operação.
"O mercado muda. Quem demora a reagir perde espaço. Estude tendências e mantenha flexibilidade para adaptar o negócio rapidamente".
A operação da 5àSec sempre foi acompanhada de perto por Leandra, que busca otimizar custos sem comprometer a entrega.
"O faturamento pode crescer, mas se as margens forem apertadas, o negócio não se sustenta. Gerencie custos e acompanhe indicadores com disciplina".