Negócios

Elas comandam, inovam e investem: o protagonismo feminino no empreendedorismo de SC

Em painel com a EXAME, Cláudia Rosa, Dayane Titon Cardoso e Betina Zanetti Ramos mostram como diversidade, escuta ativa do cliente e ciência aplicada ao mercado impulsionam negócios catarinenses para o Brasil e o mundo

Camila Securato, CSO da EXAME Educação, Betina Zanetti Ramos, Fundadora e Presidente da Nanovetores, Dayane Titon, Diretora Comercial e de Marketing da Baly Brasil e Cláudia Rosa, Conselheira & Investidora Anjo: painel discutiu como empresas precisam estar sempre em movimento para seguir crescendo e buscando novos mercados

Camila Securato, CSO da EXAME Educação, Betina Zanetti Ramos, Fundadora e Presidente da Nanovetores, Dayane Titon, Diretora Comercial e de Marketing da Baly Brasil e Cláudia Rosa, Conselheira & Investidora Anjo: painel discutiu como empresas precisam estar sempre em movimento para seguir crescendo e buscando novos mercados

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 11 de maio de 2025 às 08h12.

Última atualização em 11 de maio de 2025 às 09h29.

A capital nacional das startups tem nome e endereço: Florianópolis. Mas, se o título oficialmente conquistado em 2024 parece novo, a força empreendedora local já vinha sendo construída — e liderada por mulheres.

Em um painel promovido pela EXAME durante evento NEEx Road Show em Santa Catarina, três trajetórias se cruzaram para provar que inovação se faz com diversidade, ciência e um ouvido bem colado no consumidor.

De um lado, Cláudia Rosa, maior mulher investidora-anjo do Brasil, defende mais espaço para fundadoras e investidoras. Do outro, Dayane Titon Cardoso, da marca de energético Baly do Brasil, lidera uma marca que multiplicou por 17 seu faturamento nos últimos cinco anos apostando em agilidade e sabores inusitados. E fechando o trio, Betina Zanetti Ramos, fundadora da Nanovetores, mostra que transformar ciência em negócio exige coragem, testes clínicos e visão de longo prazo.

Mais mulheres no cheque (e no palco)

Cláudia Rosa, conselheira, mentora e investidora-anjo, fez carreira em gigantes como PwC e IBM, mas decidiu empreender por conta própria em 2012. Desde então, se tornou uma referência no ecossistema de startups, com papel ativo na ampliação da diversidade nos investimentos.

“Quando entrei na Anjos do Brasil, éramos 2% de mulheres investidoras. Agora podemos chegar a 30%. Isso é um recorde — e só é possível com ação intencional, projetos específicos e muito fomento”, disse.

Para ela, inovação não precisa vir apenas da tecnologia disruptiva. “Tem inovação no atendimento ao cliente, nos processos, na adaptação. Tem espaço no Brasil inteiro — no agro, no turismo, na indústria, em fintechs e em IA.”

A rainha dos energéticos

A Baly Brasil, empresa fundada há 27 anos em Santa Catarina, multiplicou seu faturamento em 17 vezes desde 2018. Quem lidera essa virada é Dayane Titon Cardoso, diretora comercial e de marketing — e filha de um dos fundadores.

“Lançamos o primeiro energético em embalagem PET em 2009, porque era o que tínhamos. Transformamos a limitação em inovação. E o consumidor entendeu.”

Desde então, a empresa vem apostando em sabores e formatos ousados: energético de champanhe, de caipirinha, embalagens democráticas. Mais recentemente, a empresa passou a exportar para Estados Unidos, México, Paraguai e Uruguai, levando a “brasilidade” como diferencial competitivo.

“Nossa maior inovação é ouvir o cliente. Eu me distancio disso e sinto que estou perdendo algo valioso. É ali que nasce a inovação verdadeira.”

Do laboratório à prateleira

Betina Zanetti Ramos é doutora em farmácia e fundadora da Nanovetores. Desde 2008, sua missão tem sido clara: transformar pesquisa científica em produto de mercado — um caminho cheio de barreiras, mas também de reconhecimento. A empresa já recebeu 18 prêmios e hoje exporta para 150 países.

“Enquanto não vira nota fiscal, a inovação não tem valuation. Produzir ML é uma coisa. Produzir toneladas, com testes clínicos e validação internacional, é outra.”

O impulso inicial veio de editais públicos e do fundo Criatec, que apostou na empresa. Em 2022, a Nanovetores recebeu um investimento de uma multinacional global, que adquiriu 48% da companhia.

“Desde o início, pensamos global. Florianópolis pode ser o ponto de partida, mas não precisa ser o limite.”

Santa Catarina como vitrine nacional

O painel também foi uma oportunidade para falar do potencial empreendedor de Florianópolis e de Santa Catarina — e de seus desafios.

“Florianópolis merece ser exemplo de ecossistema onde educação, inovação e poder público caminham juntos. Já é capital nacional das startups. Pode ser a capital do empreendedorismo de impacto”, disse Cláudia.

Ela defende mais prêmios locais, conexão com investidores de fora e políticas públicas que não atrapalhem.

O encerramento do painel foi reservado a falas pessoais, com recados emocionados para as próximas gerações. Dayane, mãe de duas meninas, resumiu:

“Sucesso é ter fãs em casa. Que os nossos filhos olhem para nós e digam: minha mãe foi feliz na jornada dela.”

Betina completou com um lembrete de que a coragem é mais importante do que a perfeição:

“As mulheres foram educadas para serem perfeitas. Os homens, para serem corajosos. Mas é a coragem que move o mundo.”

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