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Ele começou como estagiário numa empresa bilionária. Hoje, aos 40, lidera toda a América do Sul

Felipe Nagao iniciou sua carreira na empresa de dispositivos médicos Baxter aos 19 anos; duas décadas depois, comanda uma equipe de mais de 1.300 pessoas

Felipe Nagao, diretor-executivo da América do Sul na Baxter: ele e outros 124 funcionários estão entre 20 a 29 anos na empresa

Felipe Nagao, diretor-executivo da América do Sul na Baxter: ele e outros 124 funcionários estão entre 20 a 29 anos na empresa

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 12 de maio de 2025 às 08h39.

O paulista Felipe Nagao tinha apenas 19 anos quando trocou os balcões da farmácia da família em Mogi das Cruzes, interior paulista, pelo ambiente corporativo de uma multinacional de saúde. Estudante de Administração e em busca de um estágio, encontrou na empresa de dispositivos médicos Baxter uma porta de entrada para salvar vidas de uma forma diferente — e, sem saber, o início de uma longa jornada profissional.

Em 1999, o jovem ingressou como estagiário na área de vendas e marketing. Um ano e meio depois, foi efetivado. Atuou como analista, acompanhando campanhas e apurando resultados comerciais. Depois, encarou o primeiro desafio fora de casa: aceitou a vaga de representante de contas-chave no Rio de Janeiro, aos 23 anos, cuidando de clientes estratégicos em três estados. Ficou seis anos na capital fluminense — e os três primeiros foram de dedicação total. “Nos primeiros anos, nem fui à praia. Queria mostrar que merecia a oportunidade”, conta.

A promoção a gerente regional veio após esse período, com a missão de ampliar o acesso a tratamentos de diálise no Norte e Nordeste, regiões com alto índice de subdiagnóstico de doenças renais crônicas. Em seguida, tornou-se gerente nacional e foi transferido para São Paulo, assumindo um portfólio mais amplo e liderando equipes por todo o país.

Entre 2015 e 2020, Nagao ocupou cargos de diretor nas áreas de vendas, marketing e desenvolvimento de negócios — liderou inclusive a verticalização da empresa, com a aquisição de 11 clínicas de diálise. Em 2023, tornou-se presidente da operação brasileira. Um ano depois, foi promovido a diretor-executivo da região da América do Sul.

“Passei por todas as áreas, de vendas ao marketing, de M&A a operações. Isso me deu uma visão completa da empresa”, diz o executivo. Ao longo desses mais de 20 anos, testemunhou (e ajudou a consolidar) uma cultura de continuidade: entre os 1.302 colaboradores da Baxter Brasil, 273 têm entre 10 e 19 anos de empresa, 125 entre 20 e 29, e nove já passaram dos 30 anos na companhia.

O que é a Baxter?

Fundada em 1931 nos Estados Unidos, a Baxter atua com terapias críticas, como soluções intravenosas, dispositivos de infusão e nutrição parenteral. No Brasil desde 1960, a empresa oferece uma gama de produtos amplamente utilizados em hospitais e clínicas. Globalmente, está presente em mais de 50 países, com 1,5 milhão de dispositivos conectados.

Em 2024, a Baxter registrou vendas globais de US$ 10,64 bilhões, um crescimento de 3% frente ao ano anterior. As receitas internacionais somaram US$ 4,79 bilhões, impulsionadas pela expansão em mercados emergentes. O Brasil, onde a operação cresceu 24% no último ano, é hoje o maior mercado da empresa na América Latina.

A unidade brasileira também se destaca em inovação. Entre os lançamentos recentes estão camas hospitalares com sensores de segurança, sistemas de monitoramento de sinais vitais e soluções integradas de cirurgia robótica. Para ampliar a produção local, a empresa avalia novas parcerias e investimentos em fábricas, com foco em atender a demanda de regiões ainda pouco atendidas.

“O Brasil é um país continental. Fazer saúde aqui exige escala, capilaridade e responsabilidade”, diz Nagao. Para ele, liderar a Baxter é mais do que uma função: é o reflexo de um vínculo construído com propósito. “Eu me conectei com o impacto que nossos produtos têm na vida dos pacientes. E isso nunca deixou de fazer sentido.”

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