Redatora
Publicado em 14 de agosto de 2025 às 17h07.
Última atualização em 14 de agosto de 2025 às 17h17.
James Dyson tinha um problema com o aspirador de pó que ele usava em casa. Incomodado pela perda constante de sucção do equipamento toda vez que o reservatório de poeira enchia, o engenheiro britânico resolveu buscar uma solução.
Em 1978, deu início à criação do que se tornaria o primeiro aspirador sem saco do mundo. Para colocar o projeto de pé, foi preciso resiliência, disposição incomum para viver no limite e, sobretudo, coragem financeira. As informações foram retiradas da Entrepreneur.
Durante cinco anos, Dyson trabalhou em tempo integral no projeto. Nesse período, criou e descartou 5.127 protótipos.
Para manter sua empreitada viva, contraiu empréstimos bancários e acumulou mais de US$ 1 milhão em dívidas. “Eventualmente, eu devia mais de US$ 1 milhão, o que, para uma pessoa sem dinheiro na época, há mais de 30 anos, era muito”, relembrou o empresário de 78 anos.
Sem capital, equipe de vendas ou verba para publicidade, Dyson usou o que tinha: ele mesmo. “Quase todo empresário com quem conversei dizia que eu era louco”, contou.
Em 1993, lançou o primeiro modelo comercial, o Dyson Dual Cyclone DC-01, vendido por US$ 399. Até 1998, 1,4 milhão de unidades foram vendidas globalmente. Em 2004, o produto já liderava o mercado britânico, vendendo cinco vezes mais do que o concorrente mais próximo.
Para profissionais de finanças corporativas, a trajetória de Dyson é uma aula prática sobre como a escassez pode moldar a estratégia financeira.
Sem acesso a grandes fundos, ele usou alavancagem pessoal e apostou em um modelo enxuto. Cada decisão foi feita com foco em retorno, testagem real e eficiência operacional.
O que começou com um único produto se transformou em uma empresa com faturamento de £ 7,1 bilhões (US$ 9,6 bilhões) em 2023.
Com 6,5 mil funcionários e um portfólio que vai de secadores de cabelo a fones de ouvido, a Dyson Ltd. cresceu 9% em relação ao ano anterior e hoje é uma das principais marcas em tecnologia de consumo.
Com patrimônio estimado em US$ 15,3 bilhões, James Dyson é hoje o terceiro homem mais rico do Reino Unido.
A história de Dyson mostra como decisões financeiras ousadas, quando guiadas por estratégia, convicção e resiliência, podem levar a resultados transformadores.
Para quem atua com finanças corporativas, seu caso é um lembrete de que entender riscos, operar com criatividade e manter o controle do capital é fundamental para atravessar crises e construir negócios duradouros.
Por isso, a EXAME, em parceria com a Saint Paul Escola de Negócios, lançou o Pré-MBA em Finanças Corporativas — um treinamento criado para quem quer dominar a lógica dos números e utilizá-la como diferencial na trajetória profissional, por R$37,00.