(La Rose Noire/Divulgação)
Redatora
Publicado em 15 de julho de 2025 às 14h44.
Nos anos de 1980, o chef confeiteiro Gérard Dubois passou por experiências nas mais diferentes cozinhas de hotéis famosos. Formado na Suíça, Dubois trabalhou na Inglaterra, Turquia e até em Guam, um território dos EUA na Micronésia, na região oeste do Oceano Pacífico.
Durante essas vivências, ele descobriu um padrão: não importava o país, sempre havia escassez de produtos de confeitaria artesanais. Essa percepção virou o ponto de partida para seu negócio.
Foi essa falta que despertou em Dubois a ideia de oferecer doces de alta qualidade, feitos de forma artesanal, mas com padrão e escala.
Em 1991, Dubois decidiu abrir uma pequena confeitaria em Hong Kong. Com produção artesanal e foco em qualidade, a La Rose Noire começou no atendimento de cafés locais, hotéis e supermercados. Essa informação foi retirada do site La Rose Noire.
Mas havia um desafio: o mercado asiático ainda não era acostumado a doces franceses e Dubois não tinha sócios nem apoio financeiro externo.
A virada veio quando Dubois percebeu que era possível aumentar a produção sem abrir mão da qualidade artesanal (algo raro no setor). Em vez de apostar em franquias, que poderiam comprometer o padrão dos produtos, ele decidiu centralizar tudo em uma fábrica própria.
Essa escolha foi decisiva: permitiu atender grandes clientes com eficiência, manter o controle de cada etapa da produção e transformar uma confeitaria local em uma operação de alcance global.
Em 2002, abriu uma segunda unidade, desta vez na China continental, para dar conta da demanda. Foi assim que ele chamou a atenção de grandes clientes — primeiro, a rede Starbucks, que passou a comprar seus produtos para mais de 2 mil cafeterias. Essas informações foram retirada do site China Daily.
Depois, a organização das Olimpíadas de Beijing 2008, que contratou sua confeitaria como fornecedora oficial do evento. Ele vendia em embalagens impecáveis, padrão europeu e entregas pontuais. Cada novo contrato reforçava a reputação da La Rose Noire como referência global em confeitaria de luxo.
Desde o início, Gérard Dubois seguiu o princípio de não crescer mais do que a empresa podia sustentar. Em vez de tomar empréstimos ou ceder participação a investidores, ele reinvestiu os lucros em melhorias de processo, maquinário e equipe.
Essa estratégia permitiu que ele mantivesse o controle criativo e operacional da marca, sem pressões externas por expansão rápida ou cortes de custo.
O resultado foi um crescimento sólido e estruturado. A La Rose Noire saiu de uma loja com poucos funcionários para uma empresa com operações em três continentes e presença em mais de 30 países.
O crescimento de Gérard Dubois não veio da sorte, mas de uma combinação entre visão de mercado, disciplina financeira e comprometimento com a qualidade.
Mais do que isso: ele entende que os fundamentos de um negócio como precificação, reinvestimento e planejamento de capacidade, é essencial para construir uma trajetória de longo prazo.
Para especialistas, esse tipo de mentalidade não se aplica só a quem empreende. Profissionais que sabem analisar custos, margens e riscos tomam decisões melhores, lideram com segurança e conseguem gerar impacto sustentável, mesmo em mercados competitivos.
Dominar os fundamentos da saúde financeira deixou de ser tarefa exclusiva de contadores ou CFOs. Empreendedores de qualquer porte e setor precisam ter controle total sobre os números do negócio — e isso exige desenvolver hábitos como os apresentados.
Por isso, a EXAME, em parceria com a Saint Paul Escola de Negócios, lançou o Pré-MBA em Finanças Corporativas — um treinamento criado para quem quer dominar a lógica dos números e utilizá-la como diferencial na trajetória profissional, por R$37,00.