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Em 2017, Kia cortará vendas de carros pela metade

O grande vilão para os cortes duros é o IPI, imposto aplicado nos carros importados da montadora

Kia: O grande vilão para os cortes duros é o IPI, imposto aplicado nos carros importados da montadora (Divulgação/Sala de imprensa Kia Motors)

Kia: O grande vilão para os cortes duros é o IPI, imposto aplicado nos carros importados da montadora (Divulgação/Sala de imprensa Kia Motors)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 8 de novembro de 2016 às 15h47.

São Paulo – A Kia, que em 2011 vendia 80.000 veículos no Brasil, planeja vender 10.000 unidades em 2016. Para 2017, a queda é ainda maior: serão apenas 4.800 carros novos vendidos, quase metade do número desse ano.

O grande vilão para os cortes duros é o IPI, imposto aplicado nos carros importados da montadora, segundo José Luiz Gandini, presidente da Kia no Brasil.

Hoje, os carros importados pagam 30 pontos percentuais a mais de impostos em relação aos veículos fabricados no Brasil, afirmou ele, no Salão do Automóvel de São Paulo. A montadora tem uma cota de carros que podem ser importados sem o recolhimento desse imposto de exatos 4.800 carros.

Em 2016, ela ainda ultrapassou o número de veículos que não pagam imposto, mas em 2017 ela irá restringir a sua importação a cota. “Com o dólar alto como está, é impossível pagar esse imposto adicional”, disse o presidente.

Com as dificuldades para importar os carros, ela também precisou enxugar a sua operação brasileira. A montadora, que tinha uma rede com 180 concessionárias, fechou 65 nos últimos anos. Ela também demitiu 5.000 pessoas desde 2011, chegando a 2.200 funcionários em 2016.

A empresa, no entanto, está negociando uma mudança na aplicação do imposto que pode beneficiá-la.

“O governo está estudando a liberação de cotas que não foram utilizadas por algumas importadoras nos anos anteriores e a distribuição entre as montadoras que mais precisam”, afirmou Gandini.

Uma fábrica no Brasil, que poderia amenizar essa questão, não está nos planos da Kia para, pelo menos, os próximos 5 anos, segundo ele.

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