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Em Davos, Cognizant reforça compromisso com avanços da IA e vai capacitar 1 milhão de profissionais

Empresa aposta na capacitação em IA para preparar empresas e profissionais para um mercado cada vez mais orientado por dados, automação e decisões estratégicas

Cognizant Technology Solutions (EUA) (Thinkstock)

Cognizant Technology Solutions (EUA) (Thinkstock)

Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

Content Writer

Publicado em 10 de março de 2025 às 08h00.

Davos, na Suíça, é a cidade onde acontece o Fórum Econômico Mundial, um encontro anual que reúne líderes globais para discutir os grandes desafios econômicos, sociais e tecnológicos do planeta. Em 2025, a Cognizant, mais uma vez, esteve presente.

A empresa, que é líder global em tecnologia da informação, participou do evento para apresentar um estudo sobre como a IA está mudando o consumo e o trabalho – temas centrais para o futuro dos negócios.

No seu recente relatório "New Minds, New Markets", desenvolvido em parceria com a Oxford Economics, a Cognizant projeta que até 2030 mais da metade das decisões de compra será influenciada por consumidores chamados de “AI-friendly”.

André Gatti, gerente nacional da Cognizant no Brasil, explica que o uso de assistentes de voz, algoritmos de recomendação e plataformas automatizadas nas decisões de compra será cada vez mais frequente, impulsionado pela busca dos consumidores por agilidade e experiências personalizadas. Esse comportamento, segundo o executivo, exige que as empresas se ajustem às novas demandas do mercado.

“Entender as necessidades desse público terá um forte impacto na priorização de investimentos pelas empresas”, diz Gatti. “Conhecer esses consumidores será essencial para auxiliarmos nossos clientes na jornada de adoção desta tecnologia”, completa o executivo. E é exatamente nesse caminho — onde dados, tecnologia e comportamento se encontram — que a Cognizant está apostando suas fichas.

André Gatti é gerente nacional da Cognizant no Brasil (Arquivo Pessoal)

Cognizant vai capacitar um milhão de pessoas em IA

Mas compreender o comportamento dos consumidores “AI-friendly” é apenas parte da equação. A Cognizant entende que, para ajudar empresas a se adaptarem a esse novo cenário, é fundamental capacitar pessoas – em larga escala.

Durante o Fórum, a empresa discutiu seu compromisso ambicioso: capacitar 1 milhão de profissionais até 2025 através da iniciativa Synapse. O objetivo é preparar talentos para serem empregáveis na economia digital.

No Brasil, o programa já está em andamento, com parcerias estratégicas que promovem treinamentos gratuitos e oportunidades reais de contratação. Jovens aprendizes, pessoas com deficiência e colaboradores internos têm acesso a formações sobre inteligência artificial generativa e competências digitais essenciais.

“Queremos reduzir a lacuna de conhecimento em IA no Brasil e garantir que mais profissionais estejam preparados para atuar em um cenário cada vez mais tecnológico”, revela Yumiko Watanabe, diretora de RH na Cognizant.

Em 2024, cerca de 50% dos colaboradores no Brasil participaram de treinamentos em IA — um número que a empresa pretende expandir até o final de 2025.

Por que capacitar os funcionários em IA?

A rápida expansão da inteligência artificial no mercado global criou uma demanda urgente por profissionais capacitados que possam interpretar dados complexos, treinar modelos de IA e desenvolver soluções tecnológicas inovadoras.

No entanto, há uma lacuna significativa entre a velocidade da adoção tecnológica e a qualificação dos profissionais disponíveis no mercado — um desafio que a Cognizant decidiu enfrentar de forma estratégica.

Para Gatti, o crescimento do número de consumidores “AI-friendly” exige que as empresas se adaptem rapidamente a esse novo perfil de usuário. E isso só será possível com profissionais capacitados para operar e aprimorar essas tecnologias.

Do ponto de vista de recursos humanos, a capacitação se torna ainda mais crucial. Yumiko enfatiza que o avanço da IA está transformando as expectativas tanto dos consumidores quanto dos colaboradores. “Assim como os consumidores esperam experiências otimizadas por IA, os funcionários também querem que a tecnologia melhore sua rotina de trabalho”, explica.

Além disso, a evolução tecnológica cria novas oportunidades de trabalho, mas também exige que as empresas adotem políticas de reskilling e upskilling — capacitando profissionais em novas habilidades e atualizando suas competências para atender às demandas do mercado.

“A ascensão da IA como motor de consumo e inovação representa um novo ciclo de crescimento, onde a competitividade das empresas dependerá diretamente de sua capacidade de entender e interagir com esses consumidores digitais”, alerta Watanabe.

Yumiko Watanabe é diretora de RH na Cognizant (Arquivo Pessoal)

Envolvimento humano segue essencial

Apesar da ascensão da inteligência artificial e da automação, a Cognizant acredita que o papel que os humanos desempenham sempre permanecerá essencial — especialmente em situações que exigem empatia, criatividade e tomadas de decisões complexas.

O estudo apresentado em Davos destaca que, embora consumidores estejam cada vez mais abertos a interações automatizadas, eles ainda valorizam o contato humano em etapas críticas do processo de compra. "A IA está remodelando o comportamento do consumidor, mas até mesmo os mais experientes em tecnologia ainda desejam algum envolvimento humano em suas decisões de compra”, diz o documento.

Para Yumiko, o toque humano continua sendo insubstituível. “Decisões estratégicas sobre liderança, cultura organizacional e gestão de pessoas exigem habilidades como sensibilidade, empatia e discernimento”, explica. De acordo com ela, esses aspectos ainda não podem ser reproduzidos de maneira profunda por ferramentas de IA.

"A IA deve ser uma ferramenta que amplifica o potencial humano, e não um substituto para ele"Yumiko Watanabe, diretora de RH na Cognizant

Quais os planos para 2025? Os mais otimistas

Com o compromisso de capacitar 1 milhão de profissionais, a Cognizant planeja expandir suas iniciativas de formação e inclusão digital ao longo de 2025.

No Brasil, a meta é aumentar o número de colaboradores treinados em IA – hoje em 50% – e fortalecer parcerias com universidades, centros de tecnologia e organizações sociais para ampliar o acesso ao conhecimento em inteligência artificial.

Além disso, a Cognizant pretende avançar em projetos que promovam a inclusão e diversidade no mercado de tecnologia, ampliando programas para públicos sub-representados e fortalecendo a criação de oportunidades reais de carreira em IA.

Até o final de 2025, a Cognizant quer não apenas liderar a transformação digital no Brasil, mas também ajudar a construir um mercado de trabalho mais qualificado, diverso e preparado para os desafios do futuro. Esse objetivo ganha força com a integração entre Negócio e RH, que fortalece a governança corporativa, impulsiona o crescimento sustentável e consolida a inovação e a excelência em gestão.

À frente dessa estratégia, Gatti e Yumiko conduzem a transformação com foco em impacto social e liderança de mercado. Para eles — e para a Cognizant — adotar novas tecnologias não basta; é preciso fazê-lo de forma estratégica, responsável e centrada nas pessoas.

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