Negócios

Empresa investe R$ 1 bilhão em apartamentos só para alugar em SP

Primeiro prédio será lançado em agosto na Vila Madalena e outros três estão a caminho; proposta é que locatário não se preocupe nem em trocar uma lâmpada

Empreendimento da Vila 11 que será inaugurado na Vila Madalena, em São Paulo (Vila 11/Divulgação)

Empreendimento da Vila 11 que será inaugurado na Vila Madalena, em São Paulo (Vila 11/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 18 de julho de 2020 às 07h30.

Imagine alugar um apartamento em que não é preciso se preocupar com conta de luz, água, internet e condomínio: vem tudo no pacote pago mensalmente. Também não é preciso pensar na manutenção. Se uma lâmpada queimou, você chama a administração que cuidará da reposição. O imóvel também já vem equipado com os principais móveis e eletrodomésticos. Se você quiser mudar de bairro, haverá outro semelhante te esperando no novo endereço.

Essa é a proposta da Vila 11, empresa que inaugura no mês que vem seu primeiro prédio de apartamentos para aluguel em São Paulo. O empreendimento fica na Vila Madalena, perto do metrô, e tem apartamentos de 32 a 66 metros quadrados. Todos os apartamentos serão voltados para locação, que custa entre 3.500 e 3.800 reais (sem contar as outras despesas). A administração de tudo fica por conta da Vila 11.

“Nosso objetivo é oferecer solução de locação profissionalizada, para que o cliente tenha uma moradia livre de aborrecimentos. Há uma série de dores no mercado de aluguel, que ainda é muito amador e pulverizado. Uma delas é a quantidade de boletos que se recebe”, afirma o presidente da empresa, Ricardo Laham.

A empresa tem 1 bilhão de reais iniciais para investir no projeto, e já usou 60% do dinheiro. No modelo de negócio, a empresa compra o terreno, constrói o prédio e faz a administração do aluguel dos apartamentos. Além do prédio prestes a inaugurar, tem outros três já em construção nos bairros de Pinheiros, Paraíso e Bela Vista, e mais seis projetos em fase de desenvolvimento.

A expectativa é chegar a 15 a 20 prédios na cidade e ter 3.000 apartamentos para alugar no prazo de cinco anos. A cada ano, a Vila 11 espera comprar de três a quatro ativos, que devem se tornar prédios após três anos.

A Vila 11 é do fundo de investimento privado Evergreen, que já tem projetos do tipo em outros países como Estados Unidos, Reio Unidos, Austrália e Holanda. No Brasil, o fundo é dono da empresa de armazenamento Goodstorge. O projeto da Vila 11 está em gestação desde 2017, quando a companhia começou a aquisição de terrenos pela cidade.

A premissa que guia a Vila 11 é de que muitas vezes vale mais a pena alugar do que comprar um imóvel para moradia. Um dos argumentos é que, com os juros do financiamento, muitas vezes o imóvel sai pelo triplo do valor inicial.

“É claro que o mercado de venda de imóveis sempre vai existir. Mas, para uma parte das pessoas, em vez de imobilizar o investimento em um apartamento, o melhor talvez seja usar sua renda pra morar e a outra parte para viajar, por exemplo”, diz Laham.

Quando tiver mais empreendimentos na cidade, a ideia é que a empresa possa oferecer opções rápidas para o morador que precisa mudar de bairro. “Se ele mora na Vila Madalena e de repente a vida dele mudou, ele tem portabilidade. Teremos um prédio do mesmo padrão para oferecer e podemos desplugar ele de um lugar e plugar em outro de forma rápida, de acordo com o momento da vida dele” afirma o executivo.

Como ainda não estava em operação, a empresa sentiu pouco os efeitos da pandemia. Mas a crise econômica pode afetar a procura pelos imóveis, cujo aluguel não é exametamente barato. No entanto, Laham afirma que o foco da companhia é o longo prazo e que, passada a tempestade, os legados do momento atual podem até mesmo ajudar o modelo de negócio.

“Acredito que a pandemia vai acelerar a tendência da busca pelo bem-estar, por gastar menos tempo no deslocamento e ter tempo para o que importa”, afirma.

Acompanhe tudo sobre:aluguel-de-imoveisImóveis

Mais de Negócios

Afya cria instituto para reduzir o impacto das Condições Crônicas Não Transmissíveis no Brasil

CEO da OpenAI revela não ter 'boa noite de sono' desde criação do ChatGPT

Irmãos transformam bar do Ori, em Florianópolis, em rede que vende 1 milhão de almôndegas por ano

Do food truck ao Shark Tank: como Gabriel Farrel criou a rede de pizzarias Borda e Lenha