Negócios

Entidades se opõem à cisão de negócios de EAD da Kroton e Estácio

Fenep se juntou à Abrafi e à Anaceu para apresentar ao Ministério de Educação uma queixa em relação à proposta dentro do plano de fusão das empresas

Kroton avalia se desfazer de 100 por cento dos negócios de EAD da Estácio para garantir a aprovação da fusão por parte do Cade (Eduardo Monteiro/Exame)

Kroton avalia se desfazer de 100 por cento dos negócios de EAD da Estácio para garantir a aprovação da fusão por parte do Cade (Eduardo Monteiro/Exame)

R

Reuters

Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 09h44.

São Paulo - Três grupos de educação se opuseram formalmente aos planos da Estácio Participações de separar as operações de ensino à distância (EAD) para obter aprovação da fusão com a Kroton Educacional, que criará a maior empresa de ensino superior do país.

A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) se juntou à Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades (Abrafi) e à Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu) para apresentar ao Ministério de Educação uma queixa em relação à proposta de cisão das operações de EAD da Estácio, disse à Reuters Amábile Pacios, diretora da Fenep, na terça-feira.

O desafio para a fusão entre Kroton e Estácio ocorre em meio à intensificação dos esforços de rivais, grupos de consumidores e reguladores para análise do acordo que pode criar uma empresa de educação com 10 vezes mais matriculados que a rival mais próxima no Brasil.

Em março, Kroton e Estácio consultaram a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do governo sobre a possibilidade de receber aval para separação de uma unidade não identificada, de acordo com documentos obtidos pela Reuters.

O Ministério de Educação disse que tal solicitação só seria acatada em circunstâncias excepcionais, incluindo uma decisão legal ou a migração de escolas estaduais para o sistema federal, conforme comunicado conjunto da Anaceu e da Abrafi.

"Além de violar as normas existentes, a separação proposta vai criar dois grandes monopólios, nos segmentos presencial e à distância", afirmou Pacios.

A Kroton avalia se desfazer de 100 por cento dos negócios de EAD da Estácio para garantir a aprovação da fusão por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Sem a venda dos ativos, a empresa resultante do negócio seria até 28 vezes maior que a unidade local da rival norte-americana Laureate Education em número de estudantes online.

A mineira Kroton e a carioca Estácio se recusaram a comentar especificamente sobre a queixa apresentada pelas entidades do setor. O Ministério de Educação não respondeu imediatamente ao contato feito pela Reuters.

A Kroton informou que segue comprometida com a aprovação do acordo pelo Cade e que está preparada para introduzir remédios considerados necessários para solucionar preocupações concorrenciais.

As duas empresas deram entrada ao processo de fusão junto ao Cade em 31 de agosto. O órgão pode levar até 330 dias para concluir a análise da fusão.

A Estácio quer separar a divisão de ensino à distância do campus de Niterói, em um esforço para criar uma "unidade isolada", que então vai incorporar os programas de educação online, conforme o documento enviado ao Ministério.

Se autorizada, a medida abriria espaço para aprovação do acordo pelo Cade em um modo que, segundo as empresas, "evitaria concentração de mercado" e "manteria opções aos estudantes", de acordo com o documento.

Acompanhe tudo sobre:Yduqs / EstácioCogna Educação (ex-Kroton)Educação

Mais de Negócios

Parque temático reproduz vila erguida pelos primeiros imigrantes italianos na Serra Gaúcha, em 1875

Plataforma amplia serviços com foco nos empreendedores de pequeno porte, responsáveis por 30% do PIB

Esse gestor desafia conselho de Warren Buffett sobre estratégia de investimentos

Mestre e doutora, ela criou consultoria de comportamento que vai crescer 200% em 2025