Repórter
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 17h33.
Última atualização em 20 de outubro de 2025 às 18h58.
A fintech de pagamentos CloudWalk, dona da plataforma InfinitePay, ultrapassou em setembro a marca de R$ 6,4 bilhões em receita anualizada e R$ 680 milhões de lucro líquido.
A trajetória impressiona: em 2020, a receita anualizada era de US$ 13 milhões (aproximadamente R$ 65 milhões na cotação da época) — um salto de quase 80 vezes em cinco anos.
Só no primeiro semestre de 2025, a empresa gerou R$ 2,2 bilhões em receita e R$ 214 milhões de lucro líquido.
Por trás dos números está um movimento que redefine o setor financeiro: o uso de inteligência artificial no centro da operação.
Fundada em 2013, a CloudWalk oferece desde sistemas de gestão de caixa até maquininhas de pagamento.
A empresa é responsável pela InfinitePay, plataforma que transforma o celular em maquininha e já concedeu mais de R$ 2 bilhões em crédito no Brasil.
O ano de 2025 marcou um novo capítulo para a empresa, que passou a focar em agentes de IA tanto internamente quanto externamente.
De forma resumida, os agentes de IA são sistemas que combinam modelos de linguagem com outras ferramentas para executar tarefas completas, do início ao fim. Se uma IA generativa sugere uma receita, o agente de IA ideal vai comprar os ingredientes e agendar a entrega.
Hoje, dezenas de agentes de IA atuam em times de operações, marketing, vendas e tecnologia, executando tarefas do início ao fim.
A receita por funcionário quase dobrou em um ano, de US$ 796 mil em 2024 para US$ 1,5 milhão em 2025 — um salto de produtividade 40 vezes maior que o de 2020.
Um dos exemplos é a Bela, agente de IA dedicada às vendas via WhatsApp.
Lançada há um ano, ela responde clientes em menos de dois segundos e realiza mais de 50 mil conversas por mês, com desempenho equivalente ao de 200 representantes humanos.
Também foi ela quem triplicou as taxas de conversão ao conduzir jornadas personalizadas de venda e cross-sell.
Outro é o Claudio Walker, sistema que responde de forma autônoma a mais de 90% das demandas de atendimento.
Ambos são parte de uma estratégia que o fundador chama de “Self-Driving Finance” — ou finanças autônomas — em que agentes digitais gerenciam, concedem crédito e executam transações sem intervenção humana.
“As companhias de US$ 1 trilhão do futuro serão as que dominarem o custo de servir o cliente e criar produtos”, disse o fundador e CEO Luís Silva.
O movimento acompanha o crescimento global do mercado de agentes de IA, avaliado em US$ 5 bilhões hoje e projetado para atingir US$ 47,1 bilhões até 2030 — um avanço médio de 44,8% ao ano, segundo a consultoria MarketsandMarkets.
“Nosso objetivo é que qualquer pessoa, em qualquer lugar, possa ter um assistente financeiro movido por IA no bolso”, diz Silva.