Marcelo Marques, da Marquespan: dono da maior fabricante de pão francês do mundo pagou R$ 130 milhões pela Arena do Grêmio (Reprodução / Instagram)
Repórter de Negócios
Publicado em 23 de julho de 2025 às 15h58.
O pão francês pode ter muitos nomes no Brasil — pão de sal, carioquinha, média.
No Rio Grande do Sul, ele é o bom e velho “cacetinho”. E foi com ele que o empresário Marcelo Marques começou a construir um império.
A história da Marquespan começou em 1999, em Gravataí, na região metropolitana do Rio Grande do Sul, quando Marcelo e o irmão Claudiomar começaram a produzir pães no quintal da casa dos pais, seu Edemar e dona Elga.
Com apenas um forninho e alguns pedidos de mercearias da região, os irmãos iniciaram uma jornada empreendedora movida a trabalho duro e foco em qualidade.
Hoje, 25 anos depois, a Marquespan é a maior fabricante de pão francês do mundo, com capacidade para produzir 20 milhões de unidades por dia, e prestes a chegar aos 4 bilhões de reais por ano de faturamento.
O crescimento veio rápido. A primeira expansão interestadual veio com o fornecimento de pães congelados — estratégia que permitiu escalar a produção e distribuir os produtos nacionalmente.
Em 2013, a Marquespan inaugurou sua segunda fábrica, em Tatuí, SP, marco que consolidou a presença no Sudeste.
Atualmente, são mais de oito unidades fabris em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A empresa também possui uma frota própria com mais de 700 veículos refrigerados, responsáveis por abastecer cerca de 20 mil clientes em todo o Brasil, entre supermercados, padarias e redes de food service.
Para dar conta do volume, a Marquespan opera com altíssimo grau de automação, utilizando maquinários europeus que cobrem todas as etapas: da mistura dos ingredientes ao congelamento, empacotamento e distribuição.
Apesar da escala industrial, a empresa preserva o cuidado artesanal com o pão e investe em sustentabilidade, com iniciativas voltadas à eficiência energética e à redução de resíduos nas fábricas. O atendimento ao cliente e os treinamentos técnicos também são pilares da operação.
O portfólio, que começou com o cacetinho tradicional, hoje inclui pães especiais, bolos, pão de queijo, produtos assados prontos para o consumo e soluções sob medida para o varejo nacional.
Mas Marcelo Marques não virou notícia apenas pelo faturamento bilionário com pães. No último mês, ele se tornou um dos personagens centrais de uma negociação histórica no futebol gaúcho: a compra da Arena do Grêmio.
A operação, que vai repassar oficialmente ao clube a gestão e a propriedade do estádio, só aconteceria em 2033. Mas, graças a um grupo de investidores liderado por Marques, o negócio foi antecipado por 130 milhões de reais.
Essa não foi a primeira vez que o empresário se envolveu com o clube. Em 2023, ele foi um dos mecenas que ajudaram a bancar o salário do astro uruguaio Luis Suárez, que recebia cerca de R$ 2 milhões mensais e levou o time ao vice-campeonato do Brasileirão.
Marques agora lançou uma pré-candidatura à presidência do Grêmio. Os planos do empresário têm um "quê" de Leila Pereira, dona da Crefisa e, atualmente, presidente do Palmeiras.