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Apresentado por SICREDI

Estudo aponta o cooperativismo como alternativa para os desafios da sociedade

Modelo de organização caracterizado pela coletividade e atuação em vários setores da economia tem capacidade para, cada vez mais, mudar a forma como lidamos com o dinheiro

Alexandra Rodrigues, gerente de inovação do Sicredi: “Cooperativismo sempre foi uma resposta prática à desigualdade e à exclusão socioeconômica” (Sicredi/Divulgação)

Alexandra Rodrigues, gerente de inovação do Sicredi: “Cooperativismo sempre foi uma resposta prática à desigualdade e à exclusão socioeconômica” (Sicredi/Divulgação)

EXAME Solutions
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Publicado em 22 de julho de 2025 às 10h22.

Última atualização em 22 de julho de 2025 às 10h24.

Em um contexto de descrença das pessoas nas entidades públicas e privadas, a coletividade e a democracia despontam como solução para o desenvolvimento socioeconômico sustentável. É o que aponta o estudo Cooperativismo do Futuro, conduzido pela consultoria Box1824 a pedido do Sicredi, que mapeou tendências entre 2023 e 2024 por meio de entrevistas, análise de comportamento e pesquisa interna.

Mas, afinal, o que é o cooperativismo? Basicamente, é uma forma de organização constituída por membros de determinado grupo econômico ou social que objetivam desempenhar, em benefício comum, determinada atividade. Não é por acaso que 2025 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional do Cooperativismo, destacando a contribuição do segmento para um mundo mais sustentável.

No Brasil, o cooperativismo é constituído por sete ramos: agropecuário, transporte, trabalho, infraestrutura, saúde, consumo e crédito. Todos eles são orientados pelos mesmos princípios, mas é o ramo de crédito que mostra potencial de, cada vez mais, aprimorar nossa forma de lidar com o dinheiro.

“A história do cooperativismo sempre foi uma resposta prática à desigualdade e à exclusão socioeconômica. O desafio é traduzir essa essência para uma linguagem que faça sentido para as novas gerações, as quais têm demonstrado um desejo coletivo por mais pertencimento, confiança e impacto positivo”, diz Alexandra da Silva Rodrigues, gerente de inovação do Sicredi.

Bem-estar relacionado à vida financeira

Atualmente, de acordo com o Serasa, mais de 70 milhões de brasileiros estão negativados, ou seja, com o nome restrito por inadimplência, o que representa 70% da população economicamente ativa do país. Estudos recentes indicam que a maioria dos brasileiros relata ansiedade e tiveram a saúde mental impactada em razão de dívidas, o que evidencia como a vulnerabilidade financeira deixou de ser um problema individual e passou a afetar o bem-estar coletivo.

Para a futurista especialista em tecnologias emergentes, Monica Magalhaes, mesmo com a sociedade conectada digitalmente, há uma necessidade de retomada do senso coletivo em prol do bem comum e o cooperativismo tem esse potencial.

“Nunca estivemos tão conectados e ao mesmo tempo tão fragmentados. A era digital nos conectou e hoje vivemos numa sociedade em rede, mas, por outro lado, ela também dissolveu muito dos nossos vínculos locais e afetivos que sustentavam esse nosso senso de pertencimento e de coletividade. Eu não tenho dúvida nenhuma que a cooperação vai ser a resposta novamente para a gente encontrar esse equilíbrio entre o físico e o digital. Isso não acontece por saudosismo, mas porque ela carrega uma lógica essencial para a regeneração social no presente. Essa lógica não é uma alternativa, ela é uma urgência”, comenta.

Monica Magalhães, fundadora da Moovers, maior comunidade de aprendizado de Inovação do Brasil (Sicredi/Divulgação)

Para tangibilizar o efeito positivo do cooperativismo de crédito na economia, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), realizou um trabalho que indicou, em municípios acompanhados antes e depois da instalação de cooperativas de crédito, o incremento no PIB per capita em 10%, 15,1% mais vagas de emprego e aumento do número de estabelecimentos em 15,6%.​

Futuro do Cooperativismo: do neocoletivismo às cidades inteligentes

A pesquisa da Box1824 identificou quatro frentes que devem nortear o avanço do setor: economia regenerativa, neocoletivismo, cidades inteligentes e inclusão financeira. Esses eixos combinam valorização do território com tecnologias que ampliam o acesso a serviços e oportunidades.

Para Victor Augusto Magalhães, analista de tendências da Box1824, o estudo revelou um potencial ainda subestimado. Ele destaca que o modelo cooperativo tem capacidade de adaptação a diferentes territórios, com geração de resultados duradouros, preservando o compromisso com a governança democrática e o retorno coletivo.

“O cooperativismo tem uma proposta muito moderna e que responde a muitos dos nossos anseios e problemas atuais. Por sua natureza, princípios e valores, esse modelo pode ser um dos vetores para superar a crise atual. E essa é uma das conclusões mais surpreendentes que a pesquisa revela”, afirma.

Victor Augusto Magalhães, analista de tendências da Box1824: “Estudo revelou um potencial ainda subestimado pelo próprio setor” (Sicredi/Divulgação)

Transformação digital e impacto local

Com base no estudo, o Sicredi tem incorporado uma agenda de inovação que conecta transformação tecnológica ao fortalecimento das comunidades. Segundo Alexandra Rodrigues, o estudo oferece insumos estratégicos e identifica oportunidades de inovação alinhadas ao propósito do Sicredi de promover o desenvolvimento das comunidades.

“Os aprendizados nos ajudaram a reafirmar o que já acreditamos: que cooperar é um caminho poderoso para transformar realidades”, afirma.

Segundo o Anuário do Cooperativismo 2024, existem 92.758 cooperativas de crédito no mundo, reunindo 403,9 milhões de pessoas e movimentando US$ 2,99 trilhões. O Brasil concentra 21,5% dessas instituições e deve ganhar ainda mais protagonismo com o reconhecimento de 2025 como o Ano Internacional do Cooperativismo pela ONU.

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