Negócios

Executivos da Camargo Corrêa e da Odebrecht sofrem reveses

A Justiça condenou dois executivos da Camargo Correa, enquanto Marcelo Odebrecht e outros executivos da empreiteira também foram indiciados hoje


	O executivo Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato
 (Rodolfo Burher/Reuters)

O executivo Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato (Rodolfo Burher/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2015 às 21h03.

São Paulo - Executivos ligados a duas das maiores empreiteiras do país investigadas pela Operação Lava Jato sofreram reveses nesta segunda-feira, com o indiciamento de Marcelo Odebrecht e outros executivos ligados à construtora controlada por sua família e a condenação de pessoas ligadas à construtora Camargo Corrêa.

Marcelo Odebrecht, que exercia o cargo de presidente-executivo da Odebrecht antes de ter sua prisão decretada, e outras sete pessoas, entre elas quatro executivos ligados à construtora, foram indiciados pela Polícia Federal por corrupção, fraude, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica e organização criminosa.

Horas antes do indiciamento dos executivos do Odebrecht, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, condenou três executivos ligados à Camargo Corrêa por corrupção ativa e organização criminosa, na primeira condenação de executivos de empreiteiras investigados na Lava Jato. Dois desses executivos também foram condenados por lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal indiciou, além de Marcelo Odebrecht, os executivos Rogério Santos de Araújo, Alexandrino Alencar, Márcio Farias da Silva e César Ramos Rocha.

O relatório enviado pela PF à Justiça aponta envolvimento dos executivos em irregularidades em obras da Petrobras, como as da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O documento menciona o suposto pagamento de propina ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e a participação da empreiteira em cartel para obter contratos de obras da petroleira.

O relatório afirma ainda haver indícios de que Marcelo Odebrecht tinha conhecimento das supostas irregularidades cometidas por executivos da companhia e de que teria tentado atrapalhar as investigações da Lava Jato.

A Polícia Federal pede ainda a manutenção da prisão preventiva de Marcelo Odebrecht e dos demais executivos que têm ligação com a empreiteira "face a necessária garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal, tanto em face a potencial continuidade delitiva como pela influência negativa que soltos poderiam promover quanto as apurações ainda em curso".

Em nota, a Odebrecht afirmou que, embora sem fundamento sólido, o indiciamento já era esperado e disse que Marcelo Odebrecht e os executivos ligados à companhia "aguardarão a oportunidade de exercer plenamente o contraditório e o direito de defesa".

Também foram indiciados pela PF no mesmo procedimento o ex-funcionário da Odebrecht João Bernardi Filho, o ex-funcionário da Petrobras Celso Araripe e o empresário Eduardo de Oliveira Freitas Filho.

CAMARGO CORRÊA

Os executivos ligados à Camargo Corrêa condenados nesta segunda-feira pela Justiça, por envolvimento no esquema de bilionário de corrupção na Petrobras, são João Auler, Dalton Avancini e Eduardo Hermelino Leite.

Avancini e Leite foram condenados pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Como ambos fizeram acordo de delação premiada com a Justiça em troca de redução da pena, vão cumprir prisão domiciliar.

Auler, por sua vez, foi condenado pelos crimes de corrupção ativa e organização criminosa. Ele não firmou acordo de delação premiada e foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão.

Os três foram condenados por irregularidades nas obras das refinarias Abreu e Lima e Getúlio Vargas, no Paraná.

Procurada, a Camargo Corrêa informou que, desde que tomou conhecimento das investigações, se colocou à disposição das autoridades e tem "empreendido esforços para identificar e sanar irregularidades, reforçando sua governança corporativa e sistemas de controle".

Também foram condenados no mesmo processo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Ambos já foram considerados culpados em outros processos relacionados à Lava Jato e fizeram acordo de delação premiada em troca de redução da pena.

Outro condenado foi Jayme Alves de Oliveira Filho, agora agente afastado da Polícia Federal.

A sentença de Moro determina, ainda, o pagamento de pouco mais de 50 milhões de reais a título de indenização para a Petrobras por conta das irregularidades nas obras das duas refinarias.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas brasileirasCamargo CorrêaNovonor (ex-Odebrecht)Marcelo OdebrechtConstrução civil

Mais de Negócios

Floripa é um destino global de nômades digitais — e já tem até 'concierge' para gringos

Por que essa empresa brasileira vê potencial para crescer na Flórida?

Quais são as 10 maiores empresas do Rio Grande do Sul? Veja quanto elas faturam

‘Brasil pode ganhar mais relevância global com divisão da Kraft Heinz’, diz presidente