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Filipinas indiciará funcionários da Sanofi por mortes ligadas a vacina

Em 2016, as Filipinas foram o 1º país a usar a Dengvaxia em programa de vacinação em massa, mas a Sanofi revelou, um ano depois, problemas com medicamento

Sanofi: promotores filipinos acusam o grupo de "não monitorar ativamente e supervisionar de perto as pessoas que receberam a vacina" (Vincent Moncorge/ Sanofi via Bloomberg/Bloomberg)

Sanofi: promotores filipinos acusam o grupo de "não monitorar ativamente e supervisionar de perto as pessoas que receberam a vacina" (Vincent Moncorge/ Sanofi via Bloomberg/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 1 de março de 2019 às 09h12.

O governo filipino anunciou nesta sexta-feira que seis altos funcionários da Sanofi Pasteur serão indiciados na investigação pela morte de crianças que receberam a vacina contra dengue Dengvaxia, do grupo farmacêutico francês.

Os promotores filipinos acusam o grupo de "não monitorar ativamente e supervisionar de perto as pessoas que receberam a vacina", afirma um comunicado do ministério da Justiça.

Em 2016, as Filipinas foram o primeiro país a usar a Dengvaxia em um programa de vacinação em massa, mas a Sanofi revelou, um ano depois, que o medicamento poderia piorar os sintomas para as pessoas que nunca haviam sido infectadas com a dengue.

O caso também provocou um movimento antivacinas no país que, segundo o Fundo da ONU para a Infância, foi um dos fatores que provocou uma epidemia de sarampo que deixou 203 mortos no decorrer do ano.

O departamento de Justiça afirmou nesta sexta-feira que os promotores encontraram indícios de que os funcionários da Sanofi são criminalmente responsáveis e que serão acusados de "imprudência resultante em homicídio", mas não divulgaram datas para o processo.

O departamento anunciou que os indiciamentos são baseados em uma investigação sobre a morte de 10 crianças e explicou que outras denúncias devem ser adicionadas ao processo.

"Membros do conselho de administração da Sanofi Pasteur fizeram propaganda ativamente e venderam a vacina, mesmo sabendo dos riscos", disse o porta-voz do departamento de Justiça, Markk Perete.

"Mais adiante, quando foram registradas mortes e emergências médicas, não deram assistência às vítimas e a suas famílias. É um crime por negligência", disse à AFP.

O crime pode resultar em uma pena de até seis anos de prisão.

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