(Drs Produções/Getty Images)
EXAME Solutions
Publicado em 30 de outubro de 2025 às 18h09.
Última atualização em 30 de outubro de 2025 às 18h09.
Débito, crédito ou voucher? A partir de 3 de novembro, o uso da função “voucher” será obrigatório em todos os estabelecimentos que aceitam vale-alimentação, vale-refeição e vale-cultura por meio de cartões das bandeiras Mastercard, Visa e Elo.
O novo trilho — como o setor chama essa funcionalidade — precisa estar habilitado para que os comércios processem os benefícios do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Quando configurada corretamente, a opção “voucher” aparecerá nas maquininhas ao lado das funções crédito e débito. 
Comércios como bares, restaurantes e supermercados tiveram meses para adaptar seus sistemas. Desde abril, quando o novo trilho foi criado, alguns já utilizam a função sem dificuldades.
“As mudanças têm sido implementadas de forma tranquila e eficiente, demonstrando o comprometimento do setor em evoluir e se adaptar. Estamos animados com os resultados positivos que observamos até o momento”, afirma Alessandro Rabelo, coordenador do grupo de trabalho da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que discutiu a entrada de benefícios do PAT em arranjos abertos.
Quem ainda não se preparou para processar vale-alimentação, vale-refeição e vale-cultura pode ativar o novo sistema junto à credenciadora parceira, sem trocar a maquininha ou firmar novos contratos.
A complexidade da ativação varia conforme o tipo de comércio:
Meios eletrônicos (apps e lojas online): habilitar com a credenciadora e contatar o parceiro de tecnologia.
A nova função foi criada para que as bandeiras de cartão operem os benefícios do PAT de forma segura e padronizada. Com mais concorrência no setor, os comerciantes poderão negociar melhores taxas, e os consumidores terão acesso a mais opções de estabelecimentos que aceitam cartões de benefícios.
Além disso, tanto clientes quanto lojistas terão acesso a informações detalhadas sobre cada compra. Todas as transações via “voucher” identificam o produto e o tipo de estabelecimento, garantindo que as regras dos benefícios sejam respeitadas. Essa rastreabilidade aumenta a transparência e reforça o controle sobre o uso correto dos benefícios.
As bandeiras tradicionais, como Visa, Mastercard e Elo, só foram autorizadas por lei a operar vale-alimentação, vale-refeição e vale-cultura em 2022. Antes, as transações do PAT eram feitas apenas por arranjos fechados, com empresas específicas como Alelo, Ticket e VR.
No início da mudança, como não havia um trilho específico para os benefícios via cartões de bandeiras tradicionais, os pagamentos eram processados nos sistemas já existentes. Para organizar as transações, representantes da indústria se uniram em um grupo de trabalho da Abecs e criaram um trilho separado e com regras próprias: o “voucher”.
“Embora cada bandeira tenha suas particularidades, foi simples alinhar toda a indústria, sem discutir detalhes estratégicos ou econômicos. Todos os participantes aderiram à regulação”, comemora Rabelo.
Com o novo modelo, o mercado de benefícios corporativos dá um passo importante rumo à integração com os arranjos abertos de pagamento — movimento que promete ampliar a concorrência, reduzir custos e estimular a inovação no setor.