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Fundadores da Mistral AI entram para ranking de bilionários na França

Startup francesa de inteligência artificial alcança valorização recorde e atrai investidores globais, incluindo ASML, Andreessen Horowitz e Bpifrance

Startup francesa Mistral AI é avaliada em 11,7 bilhões de euros (Nathan Laine/Getty Images)

Startup francesa Mistral AI é avaliada em 11,7 bilhões de euros (Nathan Laine/Getty Images)

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 05h58.

Os franceses Arthur Mensch, 33 anos, Timothée Lacroix, 34, e Guillaume Lample, 34, cofundadores da Mistral AI, entraram para o ranking de bilionários após a mais recente rodada de captação de recursos da startup, avaliada em 11,7 bilhões de euros (US$ 13,7 bilhões).

Segundo o Bloomberg Billionaires Index, cada um deles tem um patrimônio líquido estimado em US$ 1,1 bilhão, resultado da participação mínima de 8% que detêm na empresa fundada em Paris em 2023. Essa é a primeira vez que executivos do setor de inteligência artificial na França alcançam tal posição.

Captação bilionária amplia presença da startup francesa

A Mistral AI está finalizando uma rodada Série C de 1,7 bilhão de euros, que contou com novos aportes da ASML Holding NV, fabricante holandesa de equipamentos para chips. Entre os investidores já presentes estão Andreessen Horowitz, DST Global e o banco público Bpifrance.

De acordo com Arthur Mensch, os três fundadores e funcionários seguem como acionistas majoritários. A startup desenvolve modelos de linguagem generativos e mantém o “Le Chat”, chatbot que compete com soluções como o ChatGPT (OpenAI) e o Deepseek (China).

Com cerca de 350 funcionários, a Mistral tem sede em Paris e escritórios nos Estados Unidos, Londres, Luxemburgo e Cingapura. O volume acumulado de contratos já firmados é de 1,4 bilhão de euros.

Startup ganha relevância estratégica na Europa

A avaliação coloca a Mistral entre as principais startups de inteligência artificial da Europa e fortalece seu papel político na França, onde o presidente Emmanuel Macron tem defendido a empresa como símbolo do avanço tecnológico europeu.

Apesar do crescimento, a companhia ainda é considerada de menor porte frente a concorrentes globais como OpenAI e Anthropic, que captaram valores significativamente maiores em outras rodadas de investimentos.

Os três fundadores têm formação em instituições de elite e trajetória em gigantes de tecnologia. Mensch, CEO, é ex-Google DeepMind; Lample, cientista-chefe, estudou na Carnegie Mellon e trabalhou na Meta; já Lacroix, diretor de tecnologia, também atuou na Meta após se formar na École Normale Supérieure.

A Mistral também mantém proximidade com grandes players do setor de chips, como a Nvidia, que domina o fornecimento de processadores gráficos usados no treinamento de modelos de inteligência artificial.

Arthur Mensch chegou a aparecer ao lado de Jensen Huang, CEO da Nvidia, e do presidente Emmanuel Macron durante a conferência VivaTech 2025 em Paris, reforçando a relevância da empresa no ecossistema global de IA.

Em entrevistas recentes, Mensch ressaltou a pressão por resultados e destacou a importância de reduzir a dependência tecnológica da Europa em relação aos Estados Unidos, afirmando que a independência da Mistral é estratégica e que a empresa “não está à venda”.

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