Negócios

Fundo “mão na massa” leva marca de suplementos ao breakeven em tempo recorde

A Emerge Ventures, fundo que atua diretamente na operação das empresas, acelerou a marca de suplementos Vhita, que cresceu dez vezes, está com as finanças no azul e deve faturar R$ 50 milhões

Leonardo Tonini e Eduardo Moraes, da Emerge Ventures: atenção à operação das empresas investidas (Divulgação/Divulgação)

Leonardo Tonini e Eduardo Moraes, da Emerge Ventures: atenção à operação das empresas investidas (Divulgação/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 29 de maio de 2025 às 11h41.

Tudo sobreVenture capital
Saiba mais

Fundada em 2022, a Emerge Ventures é uma gestora brasileira de venture capital que atua de forma diferente do modelo tradicional do mercado.

Os sócios Eduardo Moraes, fundador da Latinex Brands, e Leonardo Tonini, ex-diretor de marketing da Mondelez, lideram um fundo que vai além do investimento: entram na operação das empresas para acelerar o crescimento e, ao mesmo tempo, buscar o equilíbrio financeiro.

“Nosso foco não é só colocar capital. Estamos dentro do negócio para montar times, revisar estratégias, abrir canais de venda e colocar a operação para rodar”, diz Tonini. A Emerge aposta em marcas emergentes de bens de consumo, especialmente em segmentos de vitaminas, suplementos, beleza, pet e bebidas, com faturamento entre dez e cinquenta milhões de reais.

A estratégia do fundo é comprar o controle das empresas, diferente do que acontece em muitos fundos de venture capital, que têm participação minoritária. “Nosso modelo é operar poucas empresas, mas com foco total em excelência operacional e crescimento acelerado”, afirma Tonini.

Até maio de 2025, a Emerge Ventures conta com três marcas no portfólio: Vhita, PetVi e Scientific Skin Technology. Entre elas, a Vhita é o exemplo mais expressivo de como o fundo atua na prática.

O case da Vhita

Criada em 2015, a Vhita é uma marca de suplementos voltada para o público com mais de 40 anos, interessado em saúde e longevidade. O portfólio inclui ômega-3, magnésio, coenzima Q10, vitamina D e outros produtos com alta concentração e qualidade dos ingredientes, focados em facilitar a suplementação para quem começa a sentir os efeitos da idade.

O modelo de negócio é 100% digital, com vendas pelo e-commerce próprio e marketplaces. Desde que a Emerge entrou no capital em 2023, a empresa multiplicou seu faturamento por sete vezes e atingiu o ponto de equilíbrio financeiro (breakeven) em 2024.

“Crescemos 10 vezes desde a nossa entrada e o breakeven é um marco importante. Isso só foi possível porque atuamos direto na operação, revisando canais, estruturando times e otimizando recursos”, diz Tonini. Para 2025, a meta é atingir 50 milhões de reais em faturamento, o que representa dobrar o negócio novamente.

A suplementação para o público 40+ cresce em ritmo acelerado no Brasil, acompanhando o mercado global de vitaminas, minerais e suplementos (VMS), que movimenta 147 bilhões de dólares, segundo a Euromonitor. A categoria está entrando no radar de grandes grupos globais como Nestlé e Unilever, que têm feito aquisições recentes no setor.

A Vhita também fortaleceu sua imagem com a entrada do ex-nadador olímpico Gustavo Borges como sócio e embaixador. “Gustavo entende a suplementação como parte da saúde e performance. A parceria fortalece nossa missão de levar produtos acessíveis e de qualidade para quem está começando a suplementar”, afirma Tonini.

Os outros investimentos

Em fevereiro de 2025, a Emerge Ventures adquiriu 100% da PetVi, marca líder em suplementação para pets no Brasil. A operação ganhou novo CEO, Rafael Marino, que recebeu um aporte de 20 milhões de reais para ampliar o portfólio e expandir canais de venda. A expectativa é triplicar o faturamento de 2025 e chegar a 100 milhões de reais em 2026.

“A PetVi criou a categoria de suplementos para pets no e-commerce brasileiro, com crescimento orgânico e rentável. Nossa experiência em consumo vai ajudar a escalar a operação mantendo os valores da marca”, explica Tonini.

A terceira investida da Emerge é a Scientific Skin Technology, empresa do segmento de dermocosméticos, ainda em fase inicial de aceleração.

Para onde vai o negócio

A Emerge Ventures se posiciona como uma gestora que combina capital e operação, adotando um método próprio para acelerar marcas emergentes. O processo inclui identificar insights do consumidor, desenvolver estratégias de mercado multicanal, estruturar equipes e gerir desempenho comercial e financeiro.

Tonini afirma que o diferencial do fundo está na proximidade com as empresas. “Não somos só investidores; somos operadores. Estamos todos os dias junto com os empreendedores, apoiando nas decisões e execução.”

Para 2025, o foco é acelerar as marcas do portfólio e crescer de forma sustentável. A meta é ampliar para até dez empresas, mantendo o modelo de atuação intensa e apoio integral.

“Nossa estratégia é clara: poucas marcas, operação intensa, crescimento e rentabilidade. É assim que ajudamos essas empresas a atingir o potencial máximo”, diz Tonini.

Acompanhe tudo sobre:Venture capitalSuplementos alimentares

Mais de Negócios

Prazo para entrega da Declaração Anual do MEI termina no sábado (31); saiba como declarar

‘Posso definir meu próprio horário’: este homem fatura US$ 17 mil trabalhando um dia por semana

Lembra dela? Fábrica da calça jeans Staroup vai a leilão por R$ 42 milhões

Esses ‘erros’ transformaram uma marca de cuidados com a pele em um empresa bilionária