Repórter
Publicado em 15 de agosto de 2025 às 09h00.
Goiás se prepara para se consolidar como um hub de inovação em inteligência artificial (IA) na América Latina, com um investimento de R$ 2 milhões para acelerar startups que desenvolvem ferramentas baseadas nessa tecnologia.
O programa Epicentro da Inteligência Artificial visa promover a inovação em setores como saúde, agronegócio e educação, com foco em startups que apresentam IA como elemento central dos negócios.
Os recursos, provenientes do governo estadual, serão destinados às dez melhores startups selecionadas pelo programa. Cada uma receberá R$ 200 mil, em modelo de financiamento equity free.
A iniciativa foi estruturada pelo Centro de Competência Embrapii em Tecnologias Imersivas (AKCIT), do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com o Hub Goiás, instituição pública criada pelo governo de Goiás, e gerida pelo Porto Digital, hub de inovação do Recife.
Ao menos 150 startups devem ser selecionadas para a fase de pré-incubação, em setembro.
As 10 startups que passarem para a última fase receberão R$ 200 mil em duas etapas: R$ 100 mil mediante apresentação e aprovação de plano de trabalho, e outros R$ 100 mil, após conclusão das metas previstas no plano de trabalho. Tudo com o suporte de mentores especializados e acesso a laboratórios de ponta da UFG.
“Goiás quer ser o principal polo de inteligência artificial do Brasil, sendo o lugar onde startups se desenvolvem, e não vamos medir esforços para isso”, afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás, José Frederico Lyra Netto.
Pierre Lucena, CEO do Porto Digital, destaca a importância dos hubs de inovação para o fortalecimento do ecossistema de startups no Brasil. Localizado no centro histórico de Recife, o Porto Digital abriga 475 empresas, com um faturamento de R$ 6,2 bilhões até 2024, e já gerou mais de 20 mil empregos. Agora, vai gerir o Epicentro em Goiás.
Lucena acredita que iniciativas como essa são fundamentais para criar um ciclo contínuo de inovação. "Os hubs de inovação não são apenas espaços físicos, mas também catalisadores que conectam empreendedores, investidores e pesquisadores, criando um ambiente propício para o crescimento de novas tecnologias", afirma.
Florianópolis, por exemplo, abriga o 'Vale do Silício brasileiro' e já é considerada a Capital Nacional das Startups. São 7,4 negócios tech a cada 1.000 habitantes na ilha, à frente de São Paulo e de Curitiba.
Há também o San Pedro Valley, em Belo Horizonte, que hoje abriga mais de 300 empresas, e inúmeros outros 'valleys' pelo Brasil. O que não vai faltar para Goiás é competição — mas pelo menos "IA" já está no nome.
As inscrições vão de 14 de agosto a 12 de setembro de 2025, e podem ser feitas por pessoas físicas ou jurídicas com até 10 anos de CNPJ.
É necessário que pelo menos um integrante da equipe tenha disponibilidade para participação presencial na fase final do programa, em Goiânia.
A divulgação das 150 startups pré-selecionadas acontece em 25 de setembro, e as dez finalistas da incubação serão anunciadas em 24 de novembro.