Negócios

Governo não vai abrir mão de multas da Oi, diz Kassab

"O credor público não abrirá mão de suas receitas vindas das multas, até porque a legislação não permite", afirmou o ministro

Oi: "A situação da Oi foge ao controle do governo" (Nacho Doce/Reuters)

Oi: "A situação da Oi foge ao controle do governo" (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 17h42.

Brasília - O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse que o governo não vai abrir mão dos recursos que tem a receber da operadora Oi, que atravessa um processo de recuperação judicial, com dívidas de pelo menos R$ 65 bilhões.

Ao governo e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as dívidas da Oi com multas chegam a R$ 20 bilhões. "A situação da Oi foge ao controle do governo. É um problema da Oi", comentou Kassab, após cerimônia realizada na Anatel.

"É nosso interesse que ela consiga sair bem nessa recuperação judicial. O credor público não abrirá mão de suas receitas vindas das multas, até porque a legislação não permite."

Kassab não descartou a possibilidade de que o pagamento, porém, seja convertido em novos investimentos da empresa no setor, estratégia que é criticada pelos partidos de oposição ao governo de Michel Temer.

"Desde que seja positivo para o Tesouro, para o governo e para o País e que haja contrapartidas muito expressivas, eu acho que é correto analisar", comentou o ministro.

Mais do que a oposição, porém, a estratégia precisa passar pelo crivo da Advocacia-Geral da União, Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União.

Ao se referir mais uma vez ao projeto de lei que altera as regras do setor de telecomunicações, Kassab disse que não espera vetos no texto pelo presidente Michel Temer.

"Acredito que não haverá veto. É uma lei que foi discutida à exaustão. Estou convencido de que é uma boa lei e de que é bom para o País. Haverá investimentos e uma sensível melhoria na qualidade dos serviços prestados."

Acompanhe tudo sobre:Dívidas empresariaisGilberto KassabOi

Mais de Negócios

O retorno do doce de leite Guaxupé, que já foi o mais vendido do Brasil

Da periferia ao mundo do Venture Capital: “Nunca aceitei viver nos limites impostos pela sociedade”

Digitalização revoluciona produção sob demanda na indústria da moda chinesa

O negócio paralelo de um homem de 59 anos rende US$ 105 mil por mês – e ele trabalha 1 hora por dia