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Ele vendia gelo picado por US$ 1. Hoje, é dono de rede de US$ 10 bilhões — que chega ao Brasil

Zhang Hongchao e seu irmão Hongfu criaram a maior rede de fast food do mundo a partir de uma barraca simples na China. Agora, a Mixue chega ao Brasil com investimentos bilionários

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 13 de maio de 2025 às 11h19.

Em 1997, Zhang Hongchao, então estudante universitário de 21 anos, usou um empréstimo de 3.000 yuans de sua avó para abrir uma barraca de doces na cidade de Zhengzhou, no centro da China. O objetivo era vender guloseimas geladas para estudantes e moradores locais. Apesar de um começo difícil, a Mixue, como a empresa seria chamada, não demoraria muito a se tornar um dos maiores impérios globais de fast food.

Hoje, com mais de 45.000 lojas em 12 países, incluindo China, Tailândia, Singapura, e agora no Brasil, a Mixue é avaliada em mais de US$ 10 bilhões, superando gigantes como McDonald's e Starbucks no número de unidades espalhadas pelo mundo. A rede, que se tornou sinônimo de chá gelado gaseificado e sorvetes baratos, é uma das maiores do setor.

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Como tudo começou?

A história de sucesso da Mixue começa com um jovem empreendedor tentando encontrar seu lugar no mercado. Zhang Hongchao, que estudava Economia na Henan Economics and Finance College, começou a vender gelo picado.

Sua primeira tentativa não deu certo, mas em 1999, ele abriu a segunda barraca, agora chamada Mixue Bingcheng, que significa "palácio de neve doce". A ideia de vender raspadinhas com sabores foi um sucesso imediato, e Zhang decidiu expandir, passando a oferecer sorvetes, chá gelado e outros produtos acessíveis.

Ao longo dos anos, a Mixue não se limitou a oferecer sorvetes e chá, mas começou a criar um cardápio variado com produtos como limonada, bubble tea e milkshakes, sempre com preços acessíveis.

A receita do sucesso

O grande segredo do sucesso, no entanto, foi a introdução do modelo de franquias. Com o passar do tempo, quase todas as 45.000 lojas da Mixue passaram a ser operadas por franqueados, que compram os insumos diretamente da empresa. Esse modelo permitiu à Mixue crescer de forma exponencial, sem que os irmãos precisassem arcar com os custos de abertura e operação das unidades.

Apesar de seus produtos extremamente baratos – um chá gelado ou um sorvete pode custar menos de US$ 1 – a Mixue mantém margens de lucro elevadas graças à sua sofisticada gestão de supply chain.

Mixue, fast food chinês de bebidas, chás e sorvetes: fundadores começaram com barraquinha de rua (Cheng Xin/Getty Images)

Desde 2007, a empresa investe pesadamente em fábricas próprias para produção de matérias-primas e logística eficiente. Com 26 armazéns na China e cobertura logística de mais de 90% de suas unidades domésticas, a Mixue consegue manter preços baixos enquanto garante a qualidade dos seus produtos.

O IPO que mudou tudo

A Mixue não apenas conquistou uma enorme participação no mercado de chá gelado e sobremesas, mas também teve um desempenho financeiro impressionante. Em 2022, a empresa registrou um lucro líquido superior a US$ 300 milhões, e sua receita cresceu de forma acelerada nos últimos anos.

Em 2025, a Mixue entrou na Bolsa de Valores de Hong Kong, levantando US$ 444 milhões em seu IPO, consolidando sua posição como uma das maiores redes de fast food do mundo, tanto em termos de número de lojas quanto em valor de mercado.

Agora, com um investimento de R$ 3,2 bilhões no Brasil e planos para criar até 25 mil empregos até 2030, a Mixue se prepara para conquistar o mercado brasileiro, oferecendo bebidas geladas e sobremesas a preços imbatíveis.

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