Lucy Guo: americana de origem chinesa criou duas startups antes dos 30
Repórter
Publicado em 26 de maio de 2025 às 09h06.
Aos 30 anos, a americana Lucy Guo desbancou a cantora Taylor Swift e virou a mulher mais jovem do mundo a alcançar sozinha (ou seja, sem herança familiar) o título de bilionária. Cofundadora da Scale AI, empresa avaliada em US$ 25 bilhões, Guo deixou a operação em 2018 — mas manteve sua participação, hoje avaliada em cerca de US$ 1,2 bilhão.
A americana de origem chinesa cresceu na Califórnia e começou a programar ainda na infância. Aos 21 anos, largou a faculdade e entrou para a Thiel Fellowship, programa que incentiva jovens a fundarem startups. Foi ali que iniciou sua trajetória como empreendedora na área de inteligência artificial.
Guo criou a Scale AI ao lado de Alexandr Wang em 2016. Dois anos depois, deixou a empresa por divergências internas. Mesmo fora da operação, manteve ações e hoje é a única mulher bilionária abaixo dos 40 anos que construiu sua fortuna fora do comando ativo da empresa.
Desde então, fundou a Passes, plataforma que conecta criadores de conteúdo aos seguidores por meio de mensagens diretas, transmissões ao vivo e posts exclusivos. A empresa atraiu nomes como o ex-atleta Shaquille O'Neal e a influenciadora Livvy Dunne.
“Bizarro pensar que tudo isso veio de uma ideia que eu tive aos 21”, disse Guo em um evento recente.
Como muitos bilionários, Guo mantém uma rotina intensa, mas pouco luxuosa. Mora em West Hollywood com seus gatos e dois funcionários da Passes — o diretor de tecnologia e um engenheiro. Treina até quatro vezes por dia no Barry's Bootcamp, academia onde também trabalha do celular entre um exercício e outro.
“Nunca tirei um dia de folga. Mesmo nos fins de semana, estou no computador ou no telefone”, afirma ao site americano The Cut. “O Barry's virou meu momento de meditação. É quando consigo, de fato, esvaziar a mente.”
Guo critica a obsessão por produtos perfeitos antes do lançamento. “Lance rápido, veja se tem mercado, depois evolua”, disse. Se uma nova ferramenta pode aumentar significativamente a receita dos usuários, ela mobiliza o time para entregar o mais rápido possível.
“Minha filosofia é otimizar para o aprendizado”, disse. Foi assim que ela superou o medo de abrir uma nova empresa depois da saída da Scale AI. “Fiquei com medo de falhar. Mas o pior que poderia acontecer era não tentar.”
Além da startup Passes, ela fundou o fundo Backend Capital e já investiu em startups como Ramp, Fabric e Pave — todas hoje avaliadas em bilhões de dólares.
Um dos maiores erros, diz ela, foi evitar eventos de networking no início da carreira. “Você só percebe o quanto isso importa quando fica mais difícil fazer conexões.”
Hoje, Guo segue com foco total na Passes — mesmo diante de desafios. A empresa foi citada em uma ação coletiva que alega uso indevido de conteúdo envolvendo menores, o que a companhia nega veementemente.
“Ainda não sinto que ‘cheguei lá’. Só quero continuar aprendendo e construindo coisas novas”.