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‘Hoje a nossa maior dor é a do varejo: juros altos e menor poder de compra’, diz CEO da Corello

Apesar dos desafios do setor, o presidente Felipe Silvarolli acredita que a marca irá crescer 15% em 2025, apostando apenas em lojas próprias e na expansão nacional

Felipe Silvarolli, CEO da Corello: “A gente enxerga muito potencial no Brasil, por isso não temos planos de exportação. Tem muito para ser feito ainda aqui” (Leandro Fonseca /Exame)

Felipe Silvarolli, CEO da Corello: “A gente enxerga muito potencial no Brasil, por isso não temos planos de exportação. Tem muito para ser feito ainda aqui” (Leandro Fonseca /Exame)

Publicado em 8 de outubro de 2025 às 14h20.

Última atualização em 8 de outubro de 2025 às 14h56.

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“Agora, estamos trabalhando com juros muito altos. No nosso caso, como não temos dívida e somos uma empresa zero alavancada, o efeito é menor no financeiro, mas para o consumidor o impacto é direto: ele vai consumir menos”, afirma Felipe Silvarolli, CEO da Corello.

O executivo é o quarto da geração da família a liderar a marca brasileira de bolsa e sapatos de couro e hoje enxerga como a principal dor da companhia, a dor do varejo brasileiro: juros altos e aumento do custo de vida. Para ele, o desafio não é algo exclusivo da companhia, mas comum a todas as empresas do setor. “Esse sãos os principais entraves para o varejo brasileiro neste ano”, afirma.

Dados do IBGE confirmam o cenário. Em julho de 2025, o volume de vendas no varejo geral caiu 0,3% em relação a junho. O setor de têxteis, vestuário e calçados — onde a Corello está inserida — foi um dos mais impactados, com retração de 2,9% no mês e 1,5% em relação ao ano anterior.

Veja também: ‘Nunca tínhamos visto uma inflação assim’, diz presidente da Nestlé Brasil sobre o cacau e café

Os próximos passos da companhia

Fundada em 1964 pelo imigrante italiano Antônio Silvarolli em uma pequena loja na Rua do Arouche, em São Paulo, a Corello é hoje uma das marcas tradicionais de bolsas e calçados femininos do país. Há mais de seis décadas, o negócio segue sob gestão familiar e se diferencia por crescer apenas com lojas próprias, hoje somando 28 unidades.

Em entrevista ao podcast De Frente com CEO, Silvarolli destacou que o maior impacto dos juros não recai sobre a operação da Corello, mas sobre o bolso do consumidor.

“O custo de vida vem subindo muito e o público, de maneira geral, é obrigado a fazer escolhas. Então, a gente tem de garantir que a Corello seja uma dessas escolhas, porque todo mundo merece se presentear no final do dia.”

Mesmo em meio ao cenário desafiador, a empresa familiar mantém planos de expansão, com novas praças em capitais e cidades do interior. A meta é crescer 15% em faturamento neste ano, reforçando a estratégia de apostar apenas em lojas próprias e no controle total da experiência do consumidor.

“A gente enxerga muito potencial no Brasil, por isso não temos planos de exportação. Tem muito para ser feito ainda aqui, e por isso vamos explorar mais o modelo de loja própria, outros estados e regiões do país.”

A entrevista completa de Felipe Silvarolli, CEO da Corello, sobre os próximos passos da companhia e os desafios da sucessão familiar, você vê abaixo no podcast De frente com CEO, da EXAME.

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