Negócios

HRT vê 1º óleo no Solimões para julho e busca pré-sal na África

No prospecto final de sua oferta de ações na Bovespa, a estimativa era de que poderia começar a produzir na bacia do Solimões somente no final de 2011

A HRT é vizinha da Petrobras na bacia do Solimões, uma nova fronteira petrolífera no Brasil (Germano Lüders/EXAME)

A HRT é vizinha da Petrobras na bacia do Solimões, uma nova fronteira petrolífera no Brasil (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 16h02.

São Paulo - A HRT Participações, petroleira independente brasileira que levantou mais de 2,6 bilhões de reais na Bovespa em outubro, poderá produzir o primeiro óleo na bacia do Solimões em julho do ano que vem, antes do previsto, disse nesta quinta-feira o presidente executivo Marcio Rocha Mello.

A empresa está acelerando os trabalhos na região, onde possui 21 blocos em parceria com a Petra Energia, e busca iniciar perfurações com uma nova sonda em fevereiro.

No prospecto final de sua oferta de ações na Bovespa, a estimativa era de que poderia começar a produzir na bacia do Solimões somente no final de 2011.

"Se começarmos a furar em fevereiro, em maio já estaremos iniciando testes e em julho eu estou colocando óleo na balsa", afirmou Mello a analistas e jornalistas durante reunião em São Paulo.

A HRT é vizinha da Petrobras na bacia do Solimões, uma nova fronteira petrolífera no Brasil. No mês passado, a Petrobras anunciou nova descoberta no local, com potencial para produção de 2.500 barris por dia de óleo leve.

A HRT vai furar seu primeiro poço na região perto da descoberta recente da estatal e aposta em um trabalho conjunto com ela, possivelmente aproveitando parte da infraestrutura que foi construída nos últimos anos.

"Nós estamos namorando", disse Mello sobre possíveis parcerias com a Petrobras. "Somos todos brasileiros e todos ex-Petrobras. Se ela é parceira da Shell, BG, etc, por que não da HRT?", diz.

"Não vejo problema nenhum de logística (na região). Vou botar um cabo direto para o duto da Petrobras. Ela importa petróleo de vários lugares do mundo a Brent mais 6 (dólares), então vou vender a Brent mais 1, algo assim", explicou.

A HRT possui 55 por cento de participação nos 21 blocos no Solimões, com a Petra Energia detendo 45 por cento. Recentemente circularam relatos na mídia de que a Petra poderia vender sua parte, em negócio avaliado em aproximadamente 1 bilhão de dólares.

Mello não quis comentar o assunto e afirmou que, apesar de ter opção de preferência no negócio, não tem intenção de comprar o restante dos blocos.

Namíbia

A HRT, além dos blocos na bacia do Solimões, possui grandes projetos para a costa da Namíbia, onde acredita que poderá encontrar formações semelhantes às da bacia de Santos, na qual a Petrobras descobriu megacampos como Tupi e Franco.

A companhia dirigida por Mello possui 100 por cento de 2 blocos na bacia de Walvis e 40 por cento de 3 blocos na bacia de Orange.

Mello, na época em que trabalhava na Petrobras, foi um dos que defendia a idéia de que havia petróleo no pré-sal, muitos anos antes da primeira descoberta, em 2007. Ele acredita, como outros no setor, que pode ocorrer o mesmo na costa da África.

"A Namíbia é um negócio assustador. O que era a bacia de Santos há 20 anos é a Namíbia hoje", afirma, sobre o fato de a área ser praticamente inexplorada até o momento.

A HRT está contratando dois navios do tipo Polaris para realizar trabalhos de sísmica 3D na região, com o objetivo de localizar os pontos de maior potencial para a instalação das sondas.

A empresa possui atualmente cerca de 2,5 bilhões de reais em caixa para seus investimentos e não planeja realizar captações pelo menos até 2014.

Nesta quinta-feira, por volta das 13h45, as ações da HRT operavam em queda de 2,6 por cento na Bovespa, enquanto o índice da bolsa perdia 0,2 por cento e o petróleo cedia 0,23 pro cento.
 

Acompanhe tudo sobre:PetróleoIndústria do petróleoIndústrias em geralÁfricaEnergiaIndústria

Mais de Negócios

SumUp capta R$ 850 milhões para enfrentar crise de crédito nas PMEs

Alumínio sem carbono chega às embalagens da Unilever

Mercado Livre será parceiro do YouTube Shopping em nova fase no Brasil

Ela abriu um negócio no pós-parto e faturou US$ 30 mil em 2 meses e hoje rende US$ 500 mil ao ano