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Inércia ou inovação: qual o caminho escolhido pelo empresário brasileiro?

A tecnologia deixou de ser suporte e se tornou o eixo da estratégia empresarial. Quem adiar a transformação, corre o risco de ficar para trás

Alexandre Apendino, vice-presidente de Atendimento e Relacionamento da Totvs (TOTVS/Divulgação)

Alexandre Apendino, vice-presidente de Atendimento e Relacionamento da Totvs (TOTVS/Divulgação)

Alexandre Apendino
Alexandre Apendino

Vice-presidente de Atendimento e Relacionamento da TOTVS

Publicado em 20 de outubro de 2025 às 17h57.

Em minhas viagens e conversas por todo o Brasil, de polos industriais a fronteiras agrícolas, uma pergunta se tornou central: sua empresa está sendo gerenciada para sobreviver ao próximo trimestre ou está sendo construída para liderar a próxima década? 2025 não é apenas mais um ano no calendário; é um ponto de virada, o início da década da decisão para o empresariado brasileiro. A escolha entre ser um espectador das transformações ou o protagonista delas nunca foi tão crucial.

A reforma tributária é o desafio mais iminente e, paradoxalmente, a maior oportunidade disfarçada. Muitos gestores ainda a encaram como uma mera dor de cabeça burocrática, um projeto para a equipe fiscal resolver. Esse é um erro bastante grave, isso porque a reforma exige uma revisão completa de dados e processos. Quem não tiver um sistema de gestão que ofereça conformidade, mas também a capacidade de simular cenários e otimizar a carga tributária de forma inteligente, ficará para trás. É preciso transformar a obrigação fiscal em inteligência de negócio, garantindo que a transição seja uma alavanca para a eficiência, e não um dreno de recursos.

Ao mesmo tempo, a inteligência artificial precisa ser desmistificada. A discussão saiu do campo do "hype" para a aplicação prática. A verdadeira revolução da IA não está em robôs humanoides, mas em algoritmos que atuam como "copilotos" da gestão. Pense em manutenção preditiva na indústria, que evita paradas inesperadas, em análise de fluxo de caixa e alerta sobre a disponibilidade financeira, insights sobre as tendências do estoque e sobre as melhores opções de compras; ou na personalização da jornada de compra no varejo, que aumenta a conversão. O ponto crítico, no entanto, é a qualidade dos dados.

O que é o foco central agora e conecta todas essas frentes, da reforma tributária à IA, é o ativo mais valioso do século: os dados. E não há como extrair valor real dos dados sem a plataforma que lhes dá vida, escala e inteligência: a nuvem (cloud). Por muito tempo, os dados das empresas permaneceram em silos, presos em servidores locais, limitando sua capacidade de gerar insights. A nuvem quebra essas barreiras. Ela democratiza o acesso à informação e funciona como o motor de alta performance que a inteligência artificial precisa para analisar volumes massivos de informação e entregar previsões acuradas.

A agilidade é outro ganho imensurável. Uma empresa pode escalar sua capacidade de processamento em minutos para atender a um pico de vendas, como na Black Friday, e reduzi-la no dia seguinte, pagando apenas pelo que usa. Essa flexibilidade é impensável no modelo tradicional. A meta final é transformar dados brutos em sabedoria estratégica. É ter uma visão 360º do cliente, otimizar a cadeia de suprimentos em tempo real e antecipar tendências de mercado. Uma base de dados unificada e segura na nuvem não é mais um projeto de TI, é o alicerce da estratégia de negócios.

E, finalmente, a agenda de sustentabilidade deixou de ser opcional. O que antes era visto como um relatório para investidores, hoje impacta diretamente o acesso a crédito, a preferência do consumidor e a capacidade de atrair talentos. Como garantir a rastreabilidade de sua cadeia produtiva? Como medir e reportar seu impacto ambiental de forma confiável? A resposta, novamente, está na tecnologia. Sistemas que integram a operação com a gestão de metas fornecem a transparência e os dados necessários para que a sustentabilidade seja parte da estratégia, e não apenas do discurso.

O momento de definição é este. De um lado, a inércia, a gestão reativa e a esperança de que as coisas "voltem ao normal". Do outro, a decisão proativa de investir em um ecossistema tecnológico integrado, inteligente e escalável. Não se trata de prever o futuro, mas de construí-lo, e a tecnologia está disponível para isso.

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