Redatora
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 05h43.
Última atualização em 12 de setembro de 2025 às 06h09.
Os custos com saúde nos Estados Unidos registraram alta de 4,2% em agosto, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Departamento do Trabalho, atingindo o maior nível em três anos. A inflação na área médica está acima da média geral, de 2,9%, e deve refletir em prêmios de seguro mais altos e aumento nos gastos das empresas em 2026, segundo a CNBC.
A elevação se concentra, sobretudo, em consultas médicas, que subiram 3,5%, e serviços hospitalares e ambulatoriais, com elevação de 5,3%. Consumidores que compram cobertura fora dos subsídios do governo podem enfrentar reajustes de dois dígitos nos prêmios, enquanto trabalhadores com seguro empresarial também devem arcar com custos maiores.
Pesquisas de grupos empresariais indicam que grandes empresas esperam aumento médio de 9% nos gastos gerais com saúde em 2026, o maior desde 2010. Embora mais da metade das companhias considere repassar parte dos custos aos consumidores, a tendência é buscar alternativas antes de aumentar prêmios, afirma Ellen Kelsay, presidente do Business Group on Health à CNBC.
Os custos farmacêuticos também crescem: apesar do aumento médio de 0,9% nos preços de medicamentos em agosto, grandes empresas projetam alta de 12% nos próximos 12 meses, impulsionada por medicamentos contra câncer e tratamentos para obesidade, como os GLP-1 da Novo Nordisk e Eli Lilly.
Quase dois terços das empresas com mais de 20 mil funcionários oferecem acesso a esses medicamentos, enquanto menos da metade dos pequenos empregadores planeja disponibilizá-los em 2026.
Empresas que financiam diretamente os planos de saúde já contratam os chamados Centros de Excelência para tratamentos especializados, mas ainda enfrentam restrições para medicamentos devido a contratos com fabricantes e gestores de benefícios farmacêuticos (PBMs).
Para contornar essas limitações, empresas estão negociando com novos modelos de gestão e startups que propõem alternativas de pagamento direto em nome de grupos de empregadores. O objetivo é tornar medicamentos inovadores, como GLP-1, mais acessíveis sem comprometer a saúde financeira dos planos de saúde.